Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
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relações <strong>de</strong> trabalho ―fundamentadas no trabalho físico e recursos naturais‖<br />
(STEWART, 1998, p. 6).<br />
Num mundo competitivo e globalizado, dizem os consultores do<br />
capital, urge que as inovações integrem a produção, pois o proprietário do<br />
capital não terá mais interesse em investir, caso não tenha o retorno financeiro<br />
que compense seus custos iniciais. O <strong>de</strong>semprego é visto como <strong>uma</strong><br />
consequência <strong>de</strong>sse processo, mas, ao mesmo tempo, é diante das<br />
adversida<strong>de</strong>s que o indivíduo se supera, cresce. Para isso, necessita mudar<br />
suas i<strong>de</strong>ias e valores arraigados que se manifestam na cultura do emprego.<br />
Uma nova cultura <strong>de</strong>ve ser introjetada – a cultura empreen<strong>de</strong>dora.<br />
Então, n<strong>uma</strong> sociabilida<strong>de</strong> em que a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>, exclusão e a<br />
miséria reinam, o discurso do empreen<strong>de</strong>dorismo é disseminado n<strong>uma</strong><br />
<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s, pois as condições sociais são <strong>de</strong>siguais para a<br />
maioria da população mundial que está sendo chamada a ser empreen<strong>de</strong>dora.<br />
Essa cultura empreen<strong>de</strong>dora permite pensar novas estratégias <strong>de</strong><br />
sobrevivência frente ao mundo <strong>de</strong> turbulências e incertezas. As certezas se<br />
esvaíram, a segurança também; no entanto, ―nem tudo está perdido‖, pois da<br />
crise emerge um novo homem/mulher que tem em si mesma a solução dos<br />
seus problemas. Não é o patrão, não é a empresa. É cada indivíduo e sua re<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> relacionamentos – networking. Como as organizações não po<strong>de</strong>m mais<br />
absorver tanta força <strong>de</strong> trabalho, faz-se necessário investir na formação<br />
escolar/universitária 19 que permita ao trabalhador entrar na fila para conseguir<br />
os escassos empregos, ou melhor, ser seu próprio empregador e, <strong>de</strong> sobra,<br />
ainda gerar empregos e aqui vale a criativida<strong>de</strong> e a paixão, conhecimentos<br />
sobre gestão, marketing, <strong>de</strong>ntre outros que permitirão suprir suas necessida<strong>de</strong>s<br />
materiais e simbólicas.<br />
O que esperar dos indivíduos nessa nova paisagem econômica?<br />
Espera-se mudança <strong>de</strong> hábitos, atitu<strong>de</strong>s, valores para executar os<br />
trabalhos <strong>de</strong> acordo com as exigências postas pela realida<strong>de</strong>, ou seja, a<br />
19 Destacamos o fato <strong>de</strong> que, mesmo sob o discurso da socieda<strong>de</strong> do conhecimento, paradoxalmente,<br />
nunca a formação escolar e universitária esteve tão esvaziada <strong>de</strong> conhecimentos científicos e permeada<br />
pela retórica das habilida<strong>de</strong>s e competências.