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Fundamentos, princípios e objetivos de uma política de ... - Uece

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Diante <strong>de</strong>ssa citação tão esclarecedora, é completamente<br />

incompreensível como o autor vem <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a articulação entre os<br />

conteúdos e a prática, e dá <strong>uma</strong> <strong>de</strong>claração absurda sobre o ensino, sobre as<br />

teorias e ainda culmina sua colocação com a frase ―apren<strong>de</strong>r, fazendo, o que<br />

não se sabe fazer‖. E, para fechar com ―chave <strong>de</strong> ouro,‖ vamos expor <strong>uma</strong><br />

pérola <strong>de</strong> Perrenoud, quando diz que falta tempo para que se trabalhe com<br />

competências e conteúdos:<br />

A escola está, portanto, diante <strong>de</strong> um verda<strong>de</strong>iro dilema: para<br />

construir competências, esta precisa <strong>de</strong> tempo, que é parte do tempo<br />

necessário para distribuir o conhecimento profundo. [...] Tal<br />

treinamento é possível se o sujeito tiver o tempo <strong>de</strong> viver as<br />

experiências e analisá-las. Por essa razão é impossível, em um<br />

número limitado <strong>de</strong> anos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, cobrir programas pletórios<br />

<strong>de</strong> conhecimentos, senão abrindo mão, em gran<strong>de</strong> medida, da<br />

construção <strong>de</strong> competências. Afinal <strong>de</strong> contas, conhecimentos e<br />

competências são estreitamente complementares, mas po<strong>de</strong> haver<br />

entre eles um conflito <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>, em particular na divisão do<br />

tempo <strong>de</strong> trabalho na aula (IDEM, 1999, p. 7 e 10).<br />

Desta forma, fica evi<strong>de</strong>nte, no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> sua explanação, que essa<br />

pedagogia vai levar a <strong>uma</strong> completa <strong>de</strong>scaracterização do ensino, pois é<br />

ambígua. Há momentos em que competência inclui conteúdos e teorias<br />

(integrando conhecimentos, habilida<strong>de</strong>s, características pessoais e<br />

interpessoais, para fazer frente às necessida<strong>de</strong>s postas pelo mundo e às<br />

necessida<strong>de</strong>s dos alunos); e outros, em que nega os conhecimentos. Desta<br />

forma, suspeitamos que essa pedagogia não levará à socieda<strong>de</strong> do<br />

conhecimento que os teóricos anunciam.<br />

A pedagogia das competências se propõe a formar para o trabalho e<br />

para a vida. E aqui fica claro o engodo <strong>de</strong>ssa abordagem. Indagamos: como<br />

um médico ou qualquer profissional po<strong>de</strong> realizar seus procedimentos sem<br />

saber o que está fazendo? Apren<strong>de</strong>ndo na hora, apren<strong>de</strong>ndo errando?<br />

Apren<strong>de</strong>ndo fazendo?<br />

A abordagem por competências convida, ―firmemente‖, os<br />

professores a:<br />

―Consi<strong>de</strong>rar os conhecimentos com recursos a serem<br />

mobilizados‖: aqui o autor <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que o conhecimento erudito não tem valor

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