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Fundamentos, princípios e objetivos de uma política de ... - Uece

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39<br />

Como os proprietários das empresas não compram essa força <strong>de</strong><br />

trabalho, em parte <strong>de</strong>vido às máquinas e às tecnologias da informação<br />

suprirem a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> muitos trabalhadores, nada resta fazer para os<br />

trabalhadores do que buscar alternativas, ou seja, investir na sua<br />

empregabilida<strong>de</strong>. Observamos que, no discurso dos <strong>de</strong>fensores da<br />

sociabilida<strong>de</strong> capitalista, ocorre um paradoxo quando, valorizando o<br />

conhecimento, o capital intelectual, como condição para conseguir o tão<br />

<strong>de</strong>sejado emprego e manter-se nele, na mesma hora, esse mesmo<br />

conhecimento não garante a empregabilida<strong>de</strong>, levando-nos a diagnosticar que<br />

a questão não é a qualificação. Caso fosse, não existiriam trabalhadores<br />

qualificados <strong>de</strong>sempregados e tão logo os não qualificados ingressassem no<br />

mundo do conhecimento sua condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregado cessaria, quando<br />

sabemos que a lógica capitalista, na ânsia por acumulação <strong>de</strong> capital, impe<strong>de</strong>,<br />

inclusive, que a tecnologia favoreça o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> todos os seres<br />

h<strong>uma</strong>nos. Em função disso, indagamos: a qualificação garantirá o emprego?<br />

Claro que não.<br />

assinala:<br />

Chesnais (1996), contribuindo com o <strong>de</strong>senvolvimento do <strong>de</strong>bate,<br />

O trabalho h<strong>uma</strong>no é, mais do que nunca, <strong>uma</strong> mercadoria, a qual<br />

ainda por cima teve seu valor venal <strong>de</strong>svalorizado pelo ―progresso<br />

técnico‖ e assistiu à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negociação <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>tentores<br />

diminuir cada vez mais diante das empresas ou dos indivíduos<br />

abastados, suscetíveis <strong>de</strong> comprar seu uso. As legislações em torno<br />

do emprego do trabalho assalariado, que haviam sido estabelecidas<br />

graças às gran<strong>de</strong>s lutas sociais e às ameaças <strong>de</strong> revolução social,<br />

voaram pelos ares, e as i<strong>de</strong>ologias neoliberais se impacientam <strong>de</strong><br />

que restem alguns cacos <strong>de</strong>las (CHESNAIS,1996, p. 42).<br />

A i<strong>de</strong>ologia neoliberal abriu espaço para as reformulações na<br />

legislação do trabalho, isto porque os capitais transnacionais (ANTUNES,<br />

2002) têm exigido dos governos nacionais <strong>uma</strong> maior ―flexibilização‖, ou seja,<br />

<strong>uma</strong> <strong>de</strong>sregulamentação do trabalho, acarretando <strong>uma</strong> maior precarização com<br />

trabalhos com tempo <strong>de</strong>terminado, tempo parcial, terceirizados, além das<br />

subcontratações, eliminando do interior das indústrias as ativida<strong>de</strong>s fins, que<br />

agora ten<strong>de</strong>m a ser realizadas por outras empresas.

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