Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
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No tocante à liberda<strong>de</strong>, Milton e Rose Friedman (1980) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a<br />
liberda<strong>de</strong> econômica como <strong>uma</strong> condição essencial para a liberda<strong>de</strong> política,<br />
[...] permitindo a indivíduos cooperarem entre si, sem coerção ou<br />
centralização, reduz a área sobre a qual é exercido o po<strong>de</strong>r político. A<br />
combinação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r político e econômico nas mesmas mãos<br />
constitui receita certa <strong>de</strong> tirania (FRIEDMAN; FRIEDMAN, p. 16 - 17).<br />
Dando prosseguimento à análise da liberda<strong>de</strong> e da igualda<strong>de</strong>, os<br />
autores <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que essa questão é em si conflituosa, pois, muito antes da<br />
Declaração <strong>de</strong> In<strong>de</strong>pendência, a igualda<strong>de</strong> e liberda<strong>de</strong> ―eram duas faces do<br />
mesmo valor básico – que todo o indivíduo <strong>de</strong>veria ser consi<strong>de</strong>rado como um<br />
fim em si mesmo‖ (i<strong>de</strong>m, p.134).<br />
No entanto, na contemporaneida<strong>de</strong>, surgiu um novo significado – a<br />
igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> resultados. Enquanto o i<strong>de</strong>ário socialista <strong>de</strong>fendia que as pessoas<br />
<strong>de</strong>vem ter a mesma condição <strong>de</strong> vida e renda, o casal Friedman consi<strong>de</strong>rava<br />
um equívoco, pois essa situação impe<strong>de</strong> que os indivíduos, como seres<br />
diferentes, atinjam resultados também diferentes. Os autores, na esteira <strong>de</strong><br />
Hayek, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m o novo liberalismo, tendo como fundamento o indivíduo e sua<br />
liberda<strong>de</strong>. Vejamos o que eles compreen<strong>de</strong>m por liberda<strong>de</strong> e igualda<strong>de</strong>,<br />
A igualda<strong>de</strong> perante Deus – a igualda<strong>de</strong> pessoal – é importante<br />
precisamente porque as pessoas não são idênticas. Seus diferentes<br />
gostos, valores e capacida<strong>de</strong>s levam-nas a querer <strong>de</strong>sfrutar vidas<br />
diferentes. A igualda<strong>de</strong> pessoal requer respeito pelo direito <strong>de</strong>las <strong>de</strong><br />
assim proce<strong>de</strong>r, e não a imposição a elas dos valores e juízos <strong>de</strong><br />
outrem. Jefferson nenh<strong>uma</strong> dúvida tinha <strong>de</strong> que alguns homens eram<br />
superiores a outros, que havia <strong>uma</strong> elite. Mas isso não lhes dava o<br />
direito <strong>de</strong> governá-los. Se <strong>uma</strong> elite não tinha o direito <strong>de</strong> impor sua<br />
vonta<strong>de</strong> a outrem, tampouco o tinha qualquer grupo, mesmo <strong>uma</strong><br />
maioria. Todas as pessoas <strong>de</strong>viam ser seus próprios governantes –<br />
contanto que não interferissem no direito análogo <strong>de</strong> outras<br />
(FRIEDMAN; FRIEDMAN, 1980, p. 135).<br />
Tudo leva a crer que alg<strong>uma</strong>s pessoas querem limpar as ruas, outras<br />
querem ser intelectuais, outras querem limpar fossas etc.; <strong>de</strong> acordo com suas<br />
capacida<strong>de</strong>s. Os autores rejeitam a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que essas ―capacida<strong>de</strong>s naturais<br />
dadas por Deus‖ são muitas vezes <strong>de</strong>terminadas pela condição <strong>de</strong> classe <strong>de</strong><br />
cada ―indivíduo‖ e não pelas escolhas individuais. As adversida<strong>de</strong>s por que<br />
passa <strong>uma</strong> pessoa <strong>de</strong> <strong>uma</strong> classe economicamente favorecida não se