Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
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aprendidas, levando-nos a crer que pela educação empreen<strong>de</strong>dora todos,<br />
indistintamente, po<strong>de</strong>m vir a ser empreen<strong>de</strong>dores, basta querer.<br />
Ramos (2006) nos brinda com essa assertiva:<br />
A competência, inicialmente tomada como fator econômico e aspecto<br />
<strong>de</strong> diferenciação individual, reveste-se em benefício do consenso<br />
social, envolvendo todos os trabalhadores supostamente n<strong>uma</strong> única<br />
classe: a capitalista; ao mesmo tempo, forma-se um consenso em<br />
torno do capitalismo como o único modo <strong>de</strong> produção capaz <strong>de</strong><br />
manter o equilíbrio e a justiça social. Em síntese, a questão da luta <strong>de</strong><br />
classe é resolvida pelo <strong>de</strong>senvolvimento e pelo aproveitamento<br />
a<strong>de</strong>quado das competências individuais, <strong>de</strong> modo que a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> inclusão social subordina-se à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação natural. A<br />
flexibilida<strong>de</strong> econômica vem acompanhada <strong>de</strong> estetização da política<br />
e da psicologização da questão social ( RAMOS, 2006, p. 291).<br />
Com certeza, na socieda<strong>de</strong> contemporânea em que tudo flui, nos<br />
prepararmos para a incerteza é <strong>uma</strong> proeza que só os empreen<strong>de</strong>dores<br />
possuem. Não é à toa que novamente o indivíduo ressurge como o<br />
<strong>de</strong>sbravador. A educação e a questão social restringem-se ao indivíduo capaz<br />
<strong>de</strong> superar as adversida<strong>de</strong>s, contornando os obstáculos existentes, assim a<br />
escola vem sendo questionada por não ensinar a conviver, a ser, a viver, pois,<br />
num mundo incerto dos nossos dias, nem o conhecimento é condição para a<br />
empregabilida<strong>de</strong>.<br />
Dolabela justifica a importância do ensino do empreen<strong>de</strong>dorismo em<br />
função <strong>de</strong> alg<strong>uma</strong>s razões, que necessitamos exaustivamente <strong>de</strong>screver para<br />
não restarem dúvidas sobre a fundamentação <strong>de</strong>ssas i<strong>de</strong>ias que estão<br />
intimamente articuladas com o i<strong>de</strong>ário neoliberal, com sua ênfase na iniciativa<br />
privada, e também <strong>de</strong>monstrar a inviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas propostas para os jovens<br />
<strong>de</strong> baixa renda:<br />
No mundo das empresas emergentes a regra é falir, e não ter<br />
sucesso. De cada três empresas criadas, duas fecham as portas. As<br />
pequenas empresas (menos <strong>de</strong> 100 empregados) fecham mais: 99%<br />
das falências são <strong>de</strong> empresas pequenas. [...] Nas últimas décadas,<br />
as relações <strong>de</strong> trabalho estão mudando. O emprego dá lugar a novas<br />
formas <strong>de</strong> participação. As empresas precisam <strong>de</strong> profissionais que<br />
tenham visão global do processo, que saibam i<strong>de</strong>ntificar e satisfazer<br />
as necessida<strong>de</strong>s dos clientes. A tradição do nosso ensino <strong>de</strong> formar<br />
empregados nos nível universitário e profissionalizante, não é mais<br />
compatível com a organização da economia mundial na atualida<strong>de</strong>.<br />
Exige-se hoje, mesmo para aqueles que vão ser empregados, um alto<br />
grau <strong>de</strong> ―empreen<strong>de</strong>dorismo‖. As empresas precisam <strong>de</strong>