Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
94<br />
Fica claro que Drucker (1993), assim como Minarelli (1995)<br />
reconhecem que o conhecimento é fundamental na nova paisagem capitalista,<br />
por isso não é à toa que a socieda<strong>de</strong> se <strong>de</strong>nomina <strong>de</strong> ―conhecimento‖, na qual<br />
o capital intelectual é o diferenciador das empresas e ganha inclusive um<br />
patamar <strong>de</strong> quantificação (apesar da dificulda<strong>de</strong> da mensuração contábil),<br />
porém sempre houve e haverá formas <strong>de</strong> avaliar o <strong>de</strong>sempenho dos<br />
―colaboradores‖ e ven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> conhecimento que serão agregados ou<br />
<strong>de</strong>scartados pelas empresas, <strong>de</strong> acordo com o domínio das competências.<br />
Então, até que ponto essa ―educação integral‖ por competências<br />
formará realmente os alunos, futuros trabalhadores e construtores <strong>de</strong> novas<br />
tecnologias e <strong>de</strong> <strong>uma</strong> socieda<strong>de</strong> mais justa, quando a esta se dirige mais para<br />
resoluções <strong>de</strong> problemas e por projetos?<br />
Lembrar o que os autores <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m, tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> salientar<br />
que a ―socieda<strong>de</strong> do conhecimento‖ propaga na sua retórica, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
formar seres pensantes, criadores, com iniciativa, flexíveis e que tenham um<br />
saber-fazer consequente, eficiente, eficaz, que promova ganhos <strong>de</strong><br />
produtivida<strong>de</strong> para os capitalistas e ficarão nos escassos empregos os<br />
melhores, os mais competentes, os que tiveram <strong>uma</strong> formação universitária. Os<br />
―outros‖ (os trabalhadores manuais) terão que <strong>de</strong>senvolver tais competências e<br />
não somente as características atitudinais se quiserem competir.<br />
De fato, o <strong>de</strong>senvolvimento das novas tecnologias tem liberado a<br />
força física dos trabalhadores que foi repassada para as máquinas e<br />
programas ―pensantes‖, mas que, por sinal, constituem trabalho materializado,<br />
coletivamente <strong>de</strong>senvolvido. Na divisão social do trabalho, no capitalismo,<br />
pensar e criar essas tecnologias fica a cargo da classe dominante. Essa<br />
tecnologia está exigindo dos trabalhadores conhecimentos básicos que os<br />
permitam seguir <strong>de</strong>terminadas sequências, apertar <strong>de</strong>terminadas teclas, alguns<br />
comandos e, adiante, a máquina faz o resto. Não é à toa que cursos e mais<br />
cursos <strong>de</strong> informática são o novo ―abecedário‖. Que conhecimentos são estes?<br />
Quais conteúdos realmente estão sendo repassados nas escolas públicas? e<br />
nos cursos profissionalizantes iniciais e técnicos? Em que medida a pedagogia<br />
das competências vem suprir a falta <strong>de</strong> <strong>uma</strong> educação integral?