Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
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Para Markert, esses princípios preten<strong>de</strong>m introduzir, no campo<br />
educacional e da vida, <strong>uma</strong> aprendizagem por <strong>de</strong>scobertas pautada na<br />
resolução <strong>de</strong> problemas. Assim, novas qualificações e capacida<strong>de</strong>s<br />
(competências) <strong>de</strong>vem ser problematizadas pela pedagogia. Já na década <strong>de</strong><br />
1980, <strong>uma</strong> corrente dos sociólogos do trabalho introduz ―a tese <strong>de</strong> que a<br />
―qualificação‖ para o trabalho po<strong>de</strong> vir a ser a ―formação da personalida<strong>de</strong>‖<br />
(2004, p. 136). As aspirações individuais, subjetivas po<strong>de</strong>m ser transferidas<br />
para outros setores da vida, como, por exemplo, a empresa. O que estava se<br />
propondo era:<br />
a) Ampla capacida<strong>de</strong> para pensar lógica, analítica, estrutural,<br />
conceitual e criativamente (qualificação <strong>de</strong> base); b) a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
receber, interpretar e trabalhar informações; c) o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
habilida<strong>de</strong>s para além das utilizadas no local <strong>de</strong> trabalho; d) o<br />
conhecimento e as capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção, assistência e<br />
controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. [...] Nas discussões sobre qualificações-chave<br />
surgiu a proposta <strong>de</strong> substituir a noção pelo conceito <strong>de</strong> competência,<br />
que implica <strong>uma</strong> maneira mais compreensível da relação da<br />
educação com a ação (MARKERT, 2004, p. 137).<br />
Pelo exposto, houve <strong>uma</strong> ampliação das capacida<strong>de</strong>s a serem<br />
transmitidas/trabalhadas com os alunos, tanto no contexto escolar quanto no<br />
<strong>de</strong> profissionalização. Resta saber se efetivamente essa pedagogia cumpriu<br />
com as promessas e até que ponto contribuiu para a <strong>de</strong>mocratização, com<br />
participação e direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão em todos os campos da vida.<br />
A realida<strong>de</strong> econômica e social na qual esse conceito teve sua<br />
gênese difere qualitativamente da realida<strong>de</strong> dos países em <strong>de</strong>senvolvimento ou<br />
sub<strong>de</strong>senvolvidos para on<strong>de</strong> são transpostos esses conceitos. A<strong>de</strong>mais,<br />
mesmo nesses países, esse conceito é questionável. No entanto, a própria<br />
mundialização do capital ou globalização da economia com suas empresas<br />
transnacionalizadas, <strong>de</strong>scentralizadas, rompe com a perspectiva <strong>de</strong> um<br />
<strong>de</strong>senvolvimento local completamente autônomo.<br />
Mas, discorrendo sobre a novida<strong>de</strong> requerida pela socieda<strong>de</strong> alemã,<br />
percebe-se, no <strong>de</strong>correr das argumentações <strong>de</strong> Markert (2004), o<br />
direcionamento <strong>de</strong>ssa pedagogia para as exigências da organização capitalista<br />
em transformação que atinge todos os setores da vida. O ensino dos