Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
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respostas a necessida<strong>de</strong>s crescentes e enfrentar novos <strong>de</strong>safios <strong>de</strong><br />
um mundo que muda rapidamente. [...] para dar respostas a esta<br />
situação os planos nacionais ou internacionais <strong>de</strong> reforma da<br />
educação não <strong>de</strong>vem se contentar com <strong>uma</strong> boa planificação ou<br />
aplicação racional dos recursos financeiros. Em matéria <strong>de</strong> educação<br />
as políticas <strong>de</strong> reforma <strong>de</strong>vem ter como objetivo a excelência (Al-<br />
Mufti, 2006, p.13)<br />
Então fica claro que a excelência em matéria <strong>de</strong> educação não<br />
passa por mais recursos financeiros. No primeiro capítulo do relatório da<br />
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura -<br />
UNESCO, há a constatação <strong>de</strong> que, nas socieda<strong>de</strong>s assalariadas do século<br />
XX, houve progressivamente a substituição do trabalho h<strong>uma</strong>no pelas<br />
máquinas tornando-o mais ―imaterial‖, acentuando o caráter cognitivo das<br />
tarefas na indústria e nos serviços. Assim, o futuro das economias industriais<br />
ocorre no momento em que os conhecimentos são transformados em<br />
inovações que possam gerar empregos, daí a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> não formar o<br />
indivíduo apenas para <strong>uma</strong> tarefa <strong>de</strong>terminada e para fabricar algo. O apren<strong>de</strong>r<br />
a fazer, especialmente para os operadores e os técnicos, torna ―arcaica a<br />
noção <strong>de</strong> qualificação profissional‖ (UNESCO, 2006) em <strong>de</strong>trimento da<br />
competência pessoal:<br />
O progresso técnico modifica, inevitavelmente, as qualificações<br />
exigidas pelos novos processos <strong>de</strong> produção, as tarefas puramente<br />
físicas são substituídas por tarefas <strong>de</strong> produção mais intelectuais<br />
mais mentais, como o comando <strong>de</strong> máquinas, a sua manutenção e<br />
vigilância, ou por tarefas <strong>de</strong> concepção, <strong>de</strong> estudo, <strong>de</strong> organização à<br />
medida que as maquinas se tornam, também, mais ―inteligentes‖ e<br />
que o trabalho se ―<strong>de</strong>smaterializa‖. [...] No que diz respeito ao pessoal<br />
<strong>de</strong> execução, a justaposição <strong>de</strong> trabalhos prescritos e parcelados <strong>de</strong>u<br />
lugar à organização em ―coletivos <strong>de</strong> trabalho‖ ou ―grupos <strong>de</strong> projeto‖<br />
[...] os empregadores substituem, cada vez mais, a exigência <strong>de</strong> <strong>uma</strong><br />
qualificação ainda ligada, a seu ver, à idéia <strong>de</strong> competência material,<br />
pela exigência <strong>de</strong> <strong>uma</strong> competência que se apresenta como <strong>uma</strong><br />
espécie <strong>de</strong> coquetel individual, combinando a qualificação, em<br />
sentido estrito, adquirida da formação técnica e profissional, o<br />
comportamento social, aptidão para o trabalho em equipe, a<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciativa, o gosto pelo risco (RELATÓRIO UNESCO,<br />
p. 94).<br />
O comportamento social é valorizado, estando no campo do ―saberser‖<br />
espaço da subjetivida<strong>de</strong> que, associado ao saber-fazer, <strong>de</strong>monstra os<br />
diversos aspectos que a aprendizagem do século XXI necessita <strong>de</strong>senvolver no<br />
âmbito educacional. ―Qualida<strong>de</strong>s como a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicar, <strong>de</strong>