14.10.2014 Views

Fundamentos, princípios e objetivos de uma política de ... - Uece

Fundamentos, princípios e objetivos de uma política de ... - Uece

Fundamentos, princípios e objetivos de uma política de ... - Uece

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

42<br />

Ainda produzimos gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aço, é claro, mas a parte<br />

física <strong>de</strong> sua fabricação é muito menos importante do que cost<strong>uma</strong>va<br />

ser. [...] Uma gran<strong>de</strong> si<strong>de</strong>rúrgica como a Bethlehem precisava <strong>de</strong> três<br />

a quatro horas/homem <strong>de</strong> trabalho para produzir <strong>uma</strong> tonelada <strong>de</strong><br />

aço. Agora, a Nucor Streel revolucionou o negócio do aço laminado<br />

com um processo que exige sofisticados computadores – não po<strong>de</strong><br />

funcionar sem eles – exige apenas 45 minutos <strong>de</strong> trabalho por<br />

tonelada. O componente intelectual aumentou e o físico diminuiu.<br />

Agora consi<strong>de</strong>re o principal produto manufaturado <strong>de</strong>ste final <strong>de</strong><br />

século: o microchip. [...] o valor está, sobretudo, no projeto do chip e<br />

no projeto das complexas máquinas que o produzem. Está no<br />

conteúdo intelectual, não físico. [...] Em resumo: a indústria está se<br />

<strong>de</strong>smaterializando (I<strong>de</strong>m, 1998, p.12 - 13).<br />

Contudo, na medida em que o capital se beneficia da dita<br />

performance das máquinas, dispensando, inclusive, parte do trabalho vivo, se<br />

coloca nas mãos do trabalhador, que domina o processo <strong>de</strong> produção. O<br />

conhecimento científico acumulado pela h<strong>uma</strong>nida<strong>de</strong> mais do que nunca<br />

precisa ser incorporado na produção para fazer o diferencial na concorrência<br />

por mercados. Há, portanto, no <strong>de</strong>senvolvimento das forças produtivas, novas<br />

tecnologias que diminuem o esforço físico, mas não acabam com a exploração<br />

da força <strong>de</strong> trabalho que agora toma novos contornos. Com esse discurso <strong>de</strong><br />

capital intelectual continua a fragmentação do homem entre corpo e mente,<br />

entre trabalho manual e intelectual.<br />

A ―Era da Informação‖ superou a Era Industrial que, para Stewart,<br />

pressupõe um mundo <strong>de</strong> coisas:<br />

Crescemos na Era Industrial. Ela se foi, suplantada pela Era da<br />

informação. Estamos <strong>de</strong>ixando para trás um mundo econômico cujas<br />

principais fontes <strong>de</strong> riquezas eram físicas. O que comprávamos e<br />

vendíamos eram realmente coisas; podíamos tocá-las, cheirá-las,<br />

chutar seus pneus, bater suas portas ou ouvir seu som agradável. A<br />

terra, recursos naturais como petróleo, minério e energia, e o trabalho<br />

h<strong>uma</strong>no e mecânico eram os ingredientes a partir dos quais se<br />

gerava riqueza. As organizações <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong>ssa era eram<br />

planejadas para atrair capital -– capital-financeiro -– a fim <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolver e gerenciar essas fontes <strong>de</strong> riquezas, e elas o faziam<br />

muito bem (STEWART, 1998, p. XIV).<br />

Esse discurso não estaria no <strong>de</strong>bate se o autor estivesse apenas<br />

enaltecendo o <strong>de</strong>senvolvimento das novas tecnologias <strong>de</strong> informação (TI) que,<br />

enquanto meios <strong>de</strong> produção, têm promovido o aumento da acumulação<br />

capitalista para as organizações que as implantaram, diferenciando-as das<br />

empresas tradicionais que não têm recursos suficientes para implementá-las

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!