Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
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Ainda produzimos gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aço, é claro, mas a parte<br />
física <strong>de</strong> sua fabricação é muito menos importante do que cost<strong>uma</strong>va<br />
ser. [...] Uma gran<strong>de</strong> si<strong>de</strong>rúrgica como a Bethlehem precisava <strong>de</strong> três<br />
a quatro horas/homem <strong>de</strong> trabalho para produzir <strong>uma</strong> tonelada <strong>de</strong><br />
aço. Agora, a Nucor Streel revolucionou o negócio do aço laminado<br />
com um processo que exige sofisticados computadores – não po<strong>de</strong><br />
funcionar sem eles – exige apenas 45 minutos <strong>de</strong> trabalho por<br />
tonelada. O componente intelectual aumentou e o físico diminuiu.<br />
Agora consi<strong>de</strong>re o principal produto manufaturado <strong>de</strong>ste final <strong>de</strong><br />
século: o microchip. [...] o valor está, sobretudo, no projeto do chip e<br />
no projeto das complexas máquinas que o produzem. Está no<br />
conteúdo intelectual, não físico. [...] Em resumo: a indústria está se<br />
<strong>de</strong>smaterializando (I<strong>de</strong>m, 1998, p.12 - 13).<br />
Contudo, na medida em que o capital se beneficia da dita<br />
performance das máquinas, dispensando, inclusive, parte do trabalho vivo, se<br />
coloca nas mãos do trabalhador, que domina o processo <strong>de</strong> produção. O<br />
conhecimento científico acumulado pela h<strong>uma</strong>nida<strong>de</strong> mais do que nunca<br />
precisa ser incorporado na produção para fazer o diferencial na concorrência<br />
por mercados. Há, portanto, no <strong>de</strong>senvolvimento das forças produtivas, novas<br />
tecnologias que diminuem o esforço físico, mas não acabam com a exploração<br />
da força <strong>de</strong> trabalho que agora toma novos contornos. Com esse discurso <strong>de</strong><br />
capital intelectual continua a fragmentação do homem entre corpo e mente,<br />
entre trabalho manual e intelectual.<br />
A ―Era da Informação‖ superou a Era Industrial que, para Stewart,<br />
pressupõe um mundo <strong>de</strong> coisas:<br />
Crescemos na Era Industrial. Ela se foi, suplantada pela Era da<br />
informação. Estamos <strong>de</strong>ixando para trás um mundo econômico cujas<br />
principais fontes <strong>de</strong> riquezas eram físicas. O que comprávamos e<br />
vendíamos eram realmente coisas; podíamos tocá-las, cheirá-las,<br />
chutar seus pneus, bater suas portas ou ouvir seu som agradável. A<br />
terra, recursos naturais como petróleo, minério e energia, e o trabalho<br />
h<strong>uma</strong>no e mecânico eram os ingredientes a partir dos quais se<br />
gerava riqueza. As organizações <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong>ssa era eram<br />
planejadas para atrair capital -– capital-financeiro -– a fim <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolver e gerenciar essas fontes <strong>de</strong> riquezas, e elas o faziam<br />
muito bem (STEWART, 1998, p. XIV).<br />
Esse discurso não estaria no <strong>de</strong>bate se o autor estivesse apenas<br />
enaltecendo o <strong>de</strong>senvolvimento das novas tecnologias <strong>de</strong> informação (TI) que,<br />
enquanto meios <strong>de</strong> produção, têm promovido o aumento da acumulação<br />
capitalista para as organizações que as implantaram, diferenciando-as das<br />
empresas tradicionais que não têm recursos suficientes para implementá-las