Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
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assimilar <strong>de</strong>terminados conhecimentos. O importante é apren<strong>de</strong>r a<br />
apren<strong>de</strong>r, isto é, apren<strong>de</strong>r a estudar, a buscar conhecimentos, a lidar<br />
com situações novas. E o papel do professor <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser o daquele<br />
o que ensina para ser o <strong>de</strong> auxiliar o aluno em seu próprio processo<br />
<strong>de</strong> aprendizagem (SAVIANI, 2008, p. 431).<br />
Esse i<strong>de</strong>ário estaria articulado com a i<strong>de</strong>ologia centrada na livre<br />
iniciativa, retirando do Estado e, em particular, da escola, o papel que tinha, na<br />
socieda<strong>de</strong> regida sob a economia keynesiana, que era <strong>de</strong> formar a mão <strong>de</strong><br />
obra para ser incorporada ao mercado em expansão. Nesse contexto a escola<br />
<strong>de</strong>veria formar para os postos <strong>de</strong> trabalho. Contudo, como o discurso acentua<br />
que nas últimas décadas os empregos estariam ‗escassos‘ tanto nos países<br />
centrais quanto nos periféricos resta que cada trabalhador <strong>de</strong>senvolva<br />
continuamente sua empregabilida<strong>de</strong> e a escola necessita re<strong>de</strong>finir seu papel:<br />
E o que ele po<strong>de</strong> esperar das oportunida<strong>de</strong>s escolares já não é o<br />
acesso ao emprego, mas apenas a conquista do status <strong>de</strong><br />
empregabilida<strong>de</strong>. A educação passa a ser entendida como um<br />
investimento em capital h<strong>uma</strong>no individual que habilita as pessoas<br />
para a competição pelos empregos disponíveis. O acesso a<br />
diferentes graus <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, não lhe garante emprego, pelo<br />
simples fato <strong>de</strong> que, na forma atual do <strong>de</strong>senvolvimento capitalista,<br />
não há empregos pra todos: a economia po<strong>de</strong> crescer convivendo<br />
com altas taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego e com gran<strong>de</strong>s contingentes<br />
populacionais excluídos do processo. É o crescimento exclu<strong>de</strong>nte, em<br />
lugar do <strong>de</strong>senvolvimento inclusivo que se busca atingir no período<br />
keynesiano (I<strong>de</strong>m, p. 430).<br />
As pedagogias centradas no lema apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r retiram da<br />
escola a tarefa <strong>de</strong> transmissão do conhecimento objetivo, a tarefa <strong>de</strong><br />
possibilitar aos educandos o acesso ao saber elaborado e sistematizado:<br />
A educação ao longo <strong>de</strong> toda a vida é <strong>uma</strong> construção contínua da<br />
pessoa h<strong>uma</strong>na, do seu saber e das suas aptidões, mas também da<br />
sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discernir e agir. Deve levá-la a tomar consciência<br />
<strong>de</strong> si própria e do meio que a envolve e a <strong>de</strong>sempenhar o papel social<br />
que lhe cabe no mundo do trabalho e na comunida<strong>de</strong>. O saber, o<br />
saber-fazer, o saber viver juntos e o saber-ser constituem quatro<br />
aspectos, intimamente ligados, <strong>de</strong> <strong>uma</strong> mesma realida<strong>de</strong>. Experiência<br />
vivida no quotidiano, e assinalada por momentos <strong>de</strong> intenso esforço<br />
<strong>de</strong> compreensão <strong>de</strong> dados e <strong>de</strong> fatos complexos, a educação ao<br />
longo <strong>de</strong> toda vida é o produto <strong>de</strong> <strong>uma</strong> dialética com várias<br />
dimensões (UNESCO, p.106- 107).<br />
A proposta ambivalente da UNESCO fica translúcida na citação<br />
abaixo, cujo conteúdo representa a aceitação da realida<strong>de</strong> do fim dos<br />
empregos e da <strong>de</strong>sregulamentação do trabalho, que trará como benefício um<br />
―tempo livre‖ que po<strong>de</strong>rá ser utilizado pelos trabalhadores para estudar: