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Fundamentos, princípios e objetivos de uma política de ... - Uece

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84<br />

capturar a subjetivida<strong>de</strong> da classe-que-vive-do-trabalho, 23<br />

caráter manipulatório.<br />

assumindo um<br />

Esse discurso <strong>de</strong> valorização da competência surge no contexto da<br />

crise aguda do capital com modificações na produção e nas relações <strong>de</strong><br />

trabalho próprias dos países capitalistas avançados. Contudo, com a<br />

mundialização do capital, essas novas formas conhecidas como acumulação<br />

flexível penetram na maioria dos países, convivendo lado a lado com mo<strong>de</strong>los<br />

tayloristas e fordistas. Harvey (2005) <strong>de</strong>monstra como esse processo <strong>de</strong><br />

controle se manifesta:<br />

A familiarização dos assalariados foi um processo histórico bem<br />

prolongado (e não particularmente feliz) que tem <strong>de</strong> ser renovado<br />

com a incorporação <strong>de</strong> cada nova geração <strong>de</strong> trabalhadores à força<br />

<strong>de</strong> trabalho. A disciplinação da força <strong>de</strong> trabalho para os propósitos<br />

<strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> capital [...]. Ela envolve, em primeiro lugar, alg<strong>uma</strong><br />

mistura <strong>de</strong> repressão, familiarização, cooptação e cooperação,<br />

elementos que têm <strong>de</strong> ser organizados não somente no local <strong>de</strong><br />

trabalho como na socieda<strong>de</strong> como um todo [...]. A educação, o<br />

treinamento, a persuasão, a mobilização <strong>de</strong> certos sentimentos<br />

sociais (a ética do trabalho, a lealda<strong>de</strong> aos companheiros, o orgulho<br />

local e nacional) e propensões psicológicas ( a busca da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

através do trabalho, a iniciativa individual ou solidarieda<strong>de</strong> social)<br />

<strong>de</strong>sempenham um papel e estão claramente presentes na formação<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologias dominantes cultivadas pelos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong><br />

massa, pelas instituições religiosas e educacionais, pelos vários<br />

setores do aparelho do Estado (HARVEY, 2005, p. 119).<br />

Esse processo também é conhecido como toyotismo, ―empresa<br />

enxuta‖ que toma forma no capitalismo monopolista. Surgiu no Japão, <strong>de</strong>pois<br />

da Segunda Guerra Mundial, e com ele toda <strong>uma</strong> reestruturação da produção<br />

com forte teor psicologizante que envolve o trabalhador e ao mesmo tempo,<br />

serve mais para explorá-lo sob novas relações <strong>de</strong> trabalho, com trabalhadores<br />

com emprego temporário, parcial, terceirizados, além do sistema <strong>de</strong> empresas<br />

subcontratadas. Convivem trabalhadores qualificados que dominam o<br />

conhecimento da ―era da informática‖. Estes são mais absorvidos pelas<br />

empresas; no entanto, são mais exigidos executando diversas ativida<strong>de</strong>s,<br />

23 Para Antunes (2002) a classe-que-vive-do-trabalho consiste na classe trabalhadora representada por<br />

homens e mulheres que ven<strong>de</strong>m sua força <strong>de</strong> trabalho, não se restringindo aos chamados proletários que<br />

são aqueles que estão diretamente envolvidos na produção capitalista e geram mais-valia. Incorpora,<br />

nesse conceito, a totalida<strong>de</strong> dos trabalhadores assalariados.

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