Fundamentos, princÃpios e objetivos de uma polÃtica de ... - Uece
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capturar a subjetivida<strong>de</strong> da classe-que-vive-do-trabalho, 23<br />
caráter manipulatório.<br />
assumindo um<br />
Esse discurso <strong>de</strong> valorização da competência surge no contexto da<br />
crise aguda do capital com modificações na produção e nas relações <strong>de</strong><br />
trabalho próprias dos países capitalistas avançados. Contudo, com a<br />
mundialização do capital, essas novas formas conhecidas como acumulação<br />
flexível penetram na maioria dos países, convivendo lado a lado com mo<strong>de</strong>los<br />
tayloristas e fordistas. Harvey (2005) <strong>de</strong>monstra como esse processo <strong>de</strong><br />
controle se manifesta:<br />
A familiarização dos assalariados foi um processo histórico bem<br />
prolongado (e não particularmente feliz) que tem <strong>de</strong> ser renovado<br />
com a incorporação <strong>de</strong> cada nova geração <strong>de</strong> trabalhadores à força<br />
<strong>de</strong> trabalho. A disciplinação da força <strong>de</strong> trabalho para os propósitos<br />
<strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> capital [...]. Ela envolve, em primeiro lugar, alg<strong>uma</strong><br />
mistura <strong>de</strong> repressão, familiarização, cooptação e cooperação,<br />
elementos que têm <strong>de</strong> ser organizados não somente no local <strong>de</strong><br />
trabalho como na socieda<strong>de</strong> como um todo [...]. A educação, o<br />
treinamento, a persuasão, a mobilização <strong>de</strong> certos sentimentos<br />
sociais (a ética do trabalho, a lealda<strong>de</strong> aos companheiros, o orgulho<br />
local e nacional) e propensões psicológicas ( a busca da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
através do trabalho, a iniciativa individual ou solidarieda<strong>de</strong> social)<br />
<strong>de</strong>sempenham um papel e estão claramente presentes na formação<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologias dominantes cultivadas pelos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong><br />
massa, pelas instituições religiosas e educacionais, pelos vários<br />
setores do aparelho do Estado (HARVEY, 2005, p. 119).<br />
Esse processo também é conhecido como toyotismo, ―empresa<br />
enxuta‖ que toma forma no capitalismo monopolista. Surgiu no Japão, <strong>de</strong>pois<br />
da Segunda Guerra Mundial, e com ele toda <strong>uma</strong> reestruturação da produção<br />
com forte teor psicologizante que envolve o trabalhador e ao mesmo tempo,<br />
serve mais para explorá-lo sob novas relações <strong>de</strong> trabalho, com trabalhadores<br />
com emprego temporário, parcial, terceirizados, além do sistema <strong>de</strong> empresas<br />
subcontratadas. Convivem trabalhadores qualificados que dominam o<br />
conhecimento da ―era da informática‖. Estes são mais absorvidos pelas<br />
empresas; no entanto, são mais exigidos executando diversas ativida<strong>de</strong>s,<br />
23 Para Antunes (2002) a classe-que-vive-do-trabalho consiste na classe trabalhadora representada por<br />
homens e mulheres que ven<strong>de</strong>m sua força <strong>de</strong> trabalho, não se restringindo aos chamados proletários que<br />
são aqueles que estão diretamente envolvidos na produção capitalista e geram mais-valia. Incorpora,<br />
nesse conceito, a totalida<strong>de</strong> dos trabalhadores assalariados.