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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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comporta dicotomias reducionistas. Ana Alice Costa informa que<br />

“patriarcado e capitalismo convivem através da divisão sexual<br />

do trabalho na família e na produção social, em um processo de<br />

dependência mútua: um se adapta às necessidades do outro”, e<br />

mais, “[...] os dois são duas faces de um mesmo sistema produtivo<br />

e devem examinar-se como formas integradas” (1998, p. 36; 39).<br />

Logo, a situação daquelas e de outras trabalhadoras nos espaços<br />

de trabalho estava relacionada com a sua situação de mulher, a<br />

partir de suas funções na família ou a partir de um modelo de família,<br />

bem como nos moldes das desigualdades de gênero em que<br />

a sociedade estava estruturada. 5<br />

Em sua origem, o conceito de patriarcado era utilizado para<br />

denominar uma sociedade regida por homens, a exemplo da sociedade<br />

feudal, em que o pai era considerado o cabeça da família,<br />

com poderes sobre sua mulher, filhos, trabalhadores e serventes.<br />

(DAHLERUP, 1987, p. 112) Desde então, o conceito de patriarcado<br />

tem sido usado para denominar a subordinação das mulheres,<br />

uma vez que todas as sociedades contemporâneas se encontram<br />

sobre o domínio dos homens, principalmente no que se refere às<br />

atividades políticas e econômicas, tratando-se, pois, de um sistema<br />

de dominação classista e não natural/biológico.<br />

O patriarcado “es un sistema social de dominación que consagra<br />

la dominación de los individuos del sexo masculino sobre<br />

los de sexo femenino”, para Maria José Palmero (2004, p. 34), que<br />

faz uma análise histórica e cultural das origens do patriarcado e do<br />

5 Conforme Drude Dahlerup (1987, p. 124), o conceito marxista de exploração de classe se define<br />

pelas relações da classe trabalhadora com os meios de produção, enquanto a opressão das<br />

mulheres não deriva de um único jogo de relações sociais, mas de um complexo sistema<br />

de estruturas e relações interconectadas. Para Danièle Combes e Monique Haicault (1986,<br />

p. 25), produção e reprodução são indissociáveis, uma é condição da outra, porém, se o<br />

modo de produção transforma o próprio ser humano em uma mercadoria apenas confirma<br />

a subordinação da reprodução à produção e essa subordinação se apoia em uma outra<br />

subordinação ou submissão – a das mulheres aos homens, que repousa na divisão sexual do<br />

trabalho. Acrescenta, ainda, que essa relação corresponde à instauração do sistema patriarcal<br />

articulado com o desenvolvimento de sociedades de classes.<br />

Gênero, mulheres e feminismos 119

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