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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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essa attitude da totalidade dos membros da Academia que compareceram,<br />

não concordou o presidente, o dr. Braz do Amaral,<br />

que estava do lado da minoria, deixando a direcção e convidando<br />

para assumil-a o 1º Vice-presidente, dr. Gonçalo Moniz.<br />

(ACADEMIA..., 1938)<br />

Várias vozes, no entanto, se levantaram em defesa da eleição<br />

de Edith, dentre elas, Muniz Sodré, Gonçalo Moniz e Heitor Praguér<br />

Fróes que, na arena da Academia, faziam parte da corrente de<br />

J. J. Seabra que “não só era favorável a entrada de mulheres, mas,<br />

até quebrava lanças pela eleição de D. Edith da Gama e Abreu”<br />

(ELEIÇÃO..., 1938). Ao desenhar o perfil das fundadoras da Federação<br />

Baiana pelo Progresso Feminino, Almeida (1986), quando<br />

fala desse episódio da vida da líder feminista baiana, faz a seguinte<br />

análise:<br />

[...] aos 34 anos, entreva para a Academia de Letras da Bahia,<br />

quebrando a tradição nacional destas instituições de não admitir<br />

mulheres. Sua situação de classe mais uma vez reforçou as suas<br />

possibilidades e ajudou suas lutas individuais. J. J. Seabra e Dr.<br />

Praguér Fróes fizeram grande campanha e pressão para que fosse<br />

aceita. A resistência não foi pouca e alguns acadêmicos recusaram-se<br />

a freqüentar as reuniões a partir de então. (ALMEIDA,<br />

1986, p. 59-60)<br />

Por se tratar de uma instituição importante, composta por<br />

homens de prestígio, a luta extrapolou os domínios do privado<br />

para adentrar a dimensão pública onde, além de se acompanhar<br />

a “refrega”, passou-se a apoiar tanto uma corrente como a outra.<br />

Os partidários da candidatura feminina, por meio de entrevistas,<br />

defendiam o seu ponto de vista ou mesmo, de maneira anônima,<br />

as expressavam. Um exemplo é a nota que saiu no Jornal Cidade<br />

do Salvador:<br />

Poucas luctas temos visto mais desarrozoadas que a da Academia<br />

de Letras da Bahia querendo fechar as suas portas à entrada<br />

de um representante do sexo feminino no seu seio. Na verdade,<br />

Gênero, mulheres e feminismos 181

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