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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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nos pertence” e “O pessoal é político” foram as tônicas que estimularam<br />

não apenas reflexões como, também, ações políticas,<br />

que reclamavam direitos tanto na esfera civil quanto nas esferas<br />

do exercício da sexualidade e da reprodução.<br />

Tais slogans enfatizavam que as mulheres deveriam ser donas<br />

de seus próprios corpos e livres para decidir sobre o exercício de<br />

sua sexualidade e de sua vida reprodutiva e, também, incentivavam<br />

a discussão e a consequente politização de problemas da vida<br />

privada vivenciados pelas mulheres, a exemplo dos mais variados<br />

tipos de violência, sexual, física e/ou psicológica.<br />

Toda a pauta reivindicatória feminista relacionada à violência<br />

perpetrada contra as mulheres e à reapropriação do próprio corpo<br />

se intensificou na década de 1980, quando os grupos feministas se<br />

configuraram, na esfera política, em torno de temas específicos<br />

que tratavam da saúde e da violência contra a mulher, em especial<br />

as Organizações Não Governamentais (ONGs) feministas. Ainda no<br />

início dessa década, foram fundados os primeiros núcleos de estudos<br />

sobre a mulher nas universidades brasileiras que, em muito<br />

vêm contribuindo para a conversão da pauta política feminista em<br />

políticas públicas, ao formular argumentações científicas em torno<br />

das questões referentes às mulheres.<br />

Também podemos atribuir aos movimentos, as práticas e teorias<br />

feministas das décadas de 1970-80 que conformaram na área<br />

da saúde, um novo campo científico, que passou a ser denominado<br />

como o campo da saúde da mulher. Naquela ocasião, a reivindicação<br />

principal era a integralidade da atenção em saúde, superando<br />

a ótica das políticas verticalizadas voltadas exclusivamente<br />

ao binômio mãe−filho(a). Para Maria Betânia Ávila (1993), esse<br />

campo privilegiou a discussão sobre a autodeterminação sexual<br />

e reprodutiva da mulher, questionou o poder e o saber médico,<br />

incorporou o discurso das mulheres sobre suas experiências corporais<br />

na produção do conhecimento, criticou a precária situação<br />

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Gênero, mulheres e feminismos

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