02.09.2015 Views

GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

alinne-bonneti-e-c3a2ngela-maria-freire-de-lima-e-souza-org-gc3aanero-mulheres-e-feminismos

alinne-bonneti-e-c3a2ngela-maria-freire-de-lima-e-souza-org-gc3aanero-mulheres-e-feminismos

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Rubén Kaztman (2001) também analisa a inquietude e a insegurança<br />

de crescente parcela da população no contexto latino-americano,<br />

pela ligação precária e instável com o mercado<br />

de trabalho e pelo seu isolamento progressivo das correntes predominantes<br />

na sociedade, enfatizando as mudanças ocorridas na<br />

estrutura social que contribuem para um isolamento social dos<br />

pobres urbanos, através dos seguintes fatores: redução dos âmbitos<br />

de sociabilidade informal entre as classes quanto ao uso dos<br />

mesmos serviços e, consequentemente, redução dos problemas<br />

de domínio comum enfrentados pelas famílias na vida cotidiana.<br />

Assim, as transformações no mundo do trabalho afetam os<br />

segmentos dos pobres urbanos, não apenas pela instabilidade de<br />

emprego e queda dos níveis de remuneração (precarização), como<br />

também, pelo fato de o lugar de trabalho constituir um meio privilegiado<br />

de construção de redes de amizades e de acesso a informações<br />

e serviços, constituindo, assim, uma dimensão de capital<br />

social individual. Quanto à dimensão do capital social coletivo,<br />

esta se expressa através das interações entre trabalhadores de<br />

distintas qualificações. Nesses casos, pressupõe-se que a existência<br />

de tais subestruturas e o seu deslocamento enquanto eixos de<br />

integração na sociedade – das instituições primordiais (família e<br />

comunidade) para o mundo do trabalho –, significa que no novo<br />

contexto econômico global, mas desigual, grandes parcelas da<br />

população não logram estabelecer vínculos estáveis e protegidos<br />

com o mercado de trabalho e assim desconhecem tais processos<br />

de integração social. (KAZTMAN, 2001) Além disso, a concentração<br />

dos pobres no plano espacial (os bairros) gera uma segregação<br />

residencial, cuja origem se encontra no processo de concentração<br />

de renda e que se reflete na privação material e no baixo acesso ao<br />

consumo.<br />

Nos bairros da “Periferia de Salvador” observam-se semelhantes<br />

fatores em atuação, tais como a instabilidade, a insegurança e a<br />

Gênero, mulheres e feminismos 155

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!