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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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dos participantes de receberem bens e serviços e de retribuí-los,<br />

fazendo com que a participação implique em custos materiais,<br />

tempo, dedicação, “estar disponível” sempre que se é requerido,<br />

o que traz dificuldades de retribuição nas situações de extrema<br />

pobreza. Questionando, igualmente, a reciprocidade como regra,<br />

Rubens Kaztman (2001) discute de que maneira o parentesco e os<br />

velhos laços de amizade podem servir como articulações no processo<br />

de migração para as cidades.<br />

Por outro lado, Amalia Eguía focaliza os mesmos fatos, como<br />

estratégias complementares de reprodução que não se limitam ao<br />

chefe da família, mas se estendem a outros membros do domicílio,<br />

como maneiras de maximizar a renda e demonstrar o papel<br />

da organização doméstica como parte do processo de reprodução<br />

familiar, divisão sexual de trabalho e participação das mulheres.<br />

Amplia-se, assim, o foco para as redes informais de ajuda mútua<br />

que se constituem em um dos meios permanentes de reprodução,<br />

com a prestação de serviços gratuitos baseados na confiança e na<br />

reciprocidade (o “cuidado”), especialmente, entre pessoas unidas<br />

por relações de parentesco, vizinhança ou amizade. Esses estudos<br />

alertam, sobretudo, para o fato de que a pobreza não é homogênea<br />

e as relações intrafamiliares com os âmbitos externos aos domicílios<br />

apontam para a existência de organizações conflitivas, cujos<br />

membros manifestam interesses divergentes ou contraditórios,<br />

onde a distribuição de direitos e obrigações depende mais das relações<br />

de poder internas – de gênero – e menos de acordos de solidariedade,<br />

parentesco, vizinhança. (EGUÍA, 2004)<br />

Reciprocidade e solidariedade na periferia<br />

de Salvador<br />

Podemos, então, considerar que a mobilização de redes sociais<br />

não é um dado nem uma regra e quando ocorre isto pode indi-<br />

Gênero, mulheres e feminismos 149

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