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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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No entanto, apesar dessa supremacia na composição do eleitorado<br />

e do fato de que na maioria dos países as mulheres já exercem<br />

o direito de voto há mais de meio século, isso não significou<br />

que o acesso ao poder tenha sido possível para as mulheres. É suficiente<br />

uma análise dos percentuais de participação feminina nas<br />

esferas de poder, na grande maioria das democracias representativas<br />

da região, para vermos o quanto as mulheres estão longe<br />

deste direito e quanto esse acesso tem sido negado. Até os anos<br />

1990, a participação das mulheres nas instâncias representativas<br />

do poder formal era ocasional, escassa e limitada, sendo estas geralmente<br />

eleitas por sua condição de esposas, filhas e/ou irmãs de<br />

pessoas reconhecidas no âmbito da política. (VENEZIANI, 2006,<br />

p. 11) Essa, aliás, ainda é uma prática comum em muitos países da<br />

América Latina, que se estende também para os homens, como<br />

uma forma de a família ou o grupo político seguir controlando<br />

o poder; e as mulheres têm se constituído em peça fundamental<br />

nesse jogo. (COSTA, 1998)<br />

Na América Latina, até o momento, apenas cinco mulheres<br />

chegaram à presidência de seus países através do voto popular,<br />

três das quais perfeitamente integradas no modelo de ascensão<br />

como herança familiar. Assim foi na Nicarágua, com Violeta<br />

Chamorro (1990/97), viúva do jornalista Pedro Chamorro, líder<br />

da oposição não-sandinista ao ditador Anastácio Somoza; no Panamá,<br />

onde foi eleita Mireya Moscoso (1999/2004), após assumir<br />

a direção do Partido Arnulfista com a morte do seu marido Arnulfo<br />

Arias, presidente do Panamá por três vezes; e, mais recentemente,<br />

na Argentina, foi eleita Cristina Fernandez (2007/2011),<br />

advogada que, apesar de uma trajetória política própria como deputada<br />

provincial, deputada nacional e senadora, se candidatou<br />

em continuidade à gestão de seu marido, Nestor Kirchner. Foge<br />

a essa regra, Michelle Bachelet (2006/2010), eleita presidente do<br />

Chile. Médica, Ex-ministra da Saúde e Defesa, Bachelet construiu<br />

Gênero, mulheres e feminismos 193

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