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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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Para Jane Flax, a cultura ocidental, com o avançar da segunda<br />

metade do século XX, vai continuar intensificando um conjunto<br />

de transformações iniciadas em períodos históricos anteriores e, a<br />

esse respeito, dirá: “esse estado de transição torna algumas formas<br />

de pensamento possíveis e necessárias e exclui outras, gerando<br />

problemas que algumas filosofias parecem reconhecer e confrontar<br />

melhor que outras”. Nesse contexto de crise, a autora considera<br />

importante a formulação de um pensamento pós-moderno,<br />

tido por ela como modos de pensar “parcialmente constituídos<br />

por crenças do Iluminismo [mas, que] ao mesmo tempo, oferecem<br />

idéias e percepções que só são possíveis em razão da falência das<br />

crenças do Iluminismo sob a pressão cumulativa de eventos históricos<br />

[...]” (1991, p. 217; 218).<br />

Assim, para reafirmar a impossibilidade do discurso da modernidade<br />

em refletir acerca das relações sociais na contemporaneidade,<br />

inclusive pelos próprios limites do seu “modo de<br />

pensar”, isto é, a inadequação dos conceitos e métodos utilizados<br />

para explicar a experiência humana, é ainda Flax que sistematiza<br />

alguns dos argumentos utilizados pelos filósofos pós-modernos,<br />

desejosos de “colocar em radical dúvida crenças ainda predominantes<br />

na cultura” (1991, p. 221) ocidental, todos provenientes do<br />

Iluminismo, tais como: 2<br />

• a existência de um sujeito (eu) estável e coerente baseado<br />

em uma racionalidade que percebe claramente a si próprio e<br />

aos fenômenos de natureza;<br />

• a visão da razão e da ciência como se estas pudessem fornecer<br />

um fundamento objetivo, seguro e universal para o<br />

conhecimento;<br />

2 Aqui, resumo livremente as palavras da autora no texto referido acima (FLAX, 1991, p. 221-3),<br />

portanto, me arvoro o direito de não utilizar aspas.<br />

36<br />

Gênero, mulheres e feminismos

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