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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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menos politizada, mais superficial e mais subordinada à impressão<br />

que sua aparência venha a causar aos outros. 13<br />

Thompson (2002), ao falar sobre a mídia, e Susana Funck e<br />

Nara Widholzer (2005), quando atentam para o efeito e a repercussão<br />

da TV no(a) receptor(a) desarmado(a), dizem que quando o<br />

real se mistura à ficção, ou vice-versa; quando se vê a modelagem<br />

do corpo das mulheres em busca do corpo de modelos e celebridades;<br />

quando se vê a orientação dos desejos da mulher − porque<br />

eles vêm sendo dirigidos, sutilmente, por reportagens, documentários,<br />

novelas, propagandas e séries que se tornam impossíveis<br />

de deter no maior veículo de modelagem da vida contemporânea;<br />

e quando se vê a direção ideológica que pretendem imprimir<br />

às sociedades de origem e receptoras, é preciso atentar para as<br />

“mensagens” que estão embutidas nessas séries. Apesar de a televisão<br />

parecer um lazer de segunda classe, menor, sem influência<br />

alguma para a internalização e a permanência de comportamentos,<br />

nós a consideramos de muita importância para a reentrada e a<br />

permanência de determinados códigos (que tinham sido desarticulados)<br />

os quais passaram, novamente, a forjar, de tão repetidos,<br />

os desejos e comportamentos nas relações de gênero.<br />

Partimos dessa perspectiva de análise e seguimos a proposta<br />

de Susan Faludi (2001) de que, desde o final dos anos 80, começou<br />

a surgir um discurso conservador que fazia emergir as normas<br />

tradicionais com relação às mulheres e que ela denominou de<br />

backlash. A partir, mais ou menos, do ano de 2005, o tom desse<br />

discurso dominante tira, finalmente, o véu e se torna competente<br />

para abranger a ideologia de todas as classes sociais, independentemente<br />

de etnia e mesmo de geração, e que já vinha sendo tematizado<br />

pelas sitcoms. Portanto, o discurso não era novo.<br />

13 Vide vários estudos, inclusive Messa, 2005.<br />

308<br />

Gênero, mulheres e feminismos

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