02.09.2015 Views

GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

alinne-bonneti-e-c3a2ngela-maria-freire-de-lima-e-souza-org-gc3aanero-mulheres-e-feminismos

alinne-bonneti-e-c3a2ngela-maria-freire-de-lima-e-souza-org-gc3aanero-mulheres-e-feminismos

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

cesso, como cidadãs ou como cientistas responsáveis pela destinação<br />

dos novos saberes, atentas a questões éticas que se tornam a<br />

mais importante exigência atual no campo das Ciências da Vida.<br />

Recentemente, na Revista Science, 2 um artigo denunciou o<br />

fato de que estudos sobre novos medicamentos utilizam cobaias<br />

do sexo masculino, porque são mais baratas e não passam por ciclos<br />

hormonais, o que frequentemente leva a certas dificuldades<br />

de interpretação que interferem nos resultados das pesquisas...<br />

A consequência mais óbvia é que as novas drogas, que são testadas<br />

em mamíferos machos, depois são prescritas indiscriminadamente<br />

para homens e mulheres.<br />

Quanto à análise dos arranjos institucionais: é certo que realizamos<br />

nossos estudos no meio acadêmico e em outras instituições<br />

científicas, estando presentes, de modo marcante, em certas<br />

áreas do conhecimento, mas, praticamente ausentes em outras;<br />

somos numerosas nas Ciências Biológicas, por exemplo, mas estamos<br />

longe de ver esse grande contingente de mulheres cientistas<br />

que trabalham nas bancadas dos laboratórios devidamente representado<br />

nas instâncias de poder, no meio científico; é comum, por<br />

exemplo, mulheres pós-doutoras integrarem equipes de cientistas<br />

homens que nem estão produzindo tanto, mas têm o capital<br />

simbólico de um nome respeitado no meio.<br />

Em artigo publicado em 2008, Lourdes Bandeira discute a crítica<br />

feminista à Ciência e apresenta dados muito interessantes,<br />

citando uma pesquisa anterior. Ela destaca que havia, em 2004,<br />

41.168 homens e 36.080 mulheres engajados(as) em pesquisa, o<br />

que significa 47% de participação feminina. Entretanto, entre<br />

líderes e não-líderes, esse percentual se modifica: a liderança<br />

feminina na pesquisa representa 42% do total; entre não-líderes,<br />

a participação feminina quase se iguala à masculina, com 49%;<br />

2 WALD, Chelsea; WU, Corinna. Of mice and women: the bias in animal models. Science, v. 327,<br />

n. 5.973, p. 1571-2, 26 March 2010.<br />

22<br />

Gênero, mulheres e feminismos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!