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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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organizam e se transformam ampliando suas agendas e conquistas,<br />

o campo de enfrentamento também se sofistica. O aborto, assim<br />

como está na agenda dos movimentos feministas, há alguns anos<br />

tem estado, também, na pauta dos religiosos conservadores. Se<br />

setores dos movimentos feministas investiram esforços, durante a<br />

década de 90, para avançar internacionalmente nas conferências<br />

das Nações Unidas em instrumentos de negociação e influência aos<br />

governos para a implantação de políticas que implementassem os<br />

direitos sexuais e os direitos reprodutivos, governos republicanos<br />

dos EUA adotaram diversas medidas políticas e vincularam dotação<br />

orçamentária para países em desenvolvimento para proposições<br />

que debilitam esses direitos e os avanços já alcançados. 4<br />

Essa contraposição se fez de diversas formas. Basicamente,<br />

restringiu-se as possibilidades das organizações que recebem<br />

recursos internacionais para a realização de ações no campo dos<br />

direitos sexuais e direitos reprodutivos (DSDR) de oferecerem ou<br />

trabalharem em prol do oferecimento de serviços de contracepção,<br />

prevenção ao HIV/AIDS, aborto legal, de fazerem mobilizações<br />

em favor de modificações nas legislações de seus países ou,<br />

até mesmo, de oferecerem assessoria médica ou referenciarem<br />

pacientes para serviços de interrupção de gravidez. Foram feitos<br />

investimentos, também, na organização de militância contrária<br />

ao exercício dos DSDR, investimento que tem multiplicado os seus<br />

frutos à medida que as possibilidades de avanço no sentido contrário<br />

se apresentam como possíveis. A mudança para um governo<br />

de partido democrático defensor do direito ao aborto poderá<br />

significar alterações que ainda não se fizeram perceber de forma<br />

4 Concretamente, foi anunciado, no segundo dia da administração Bush, em 22 de janeiro<br />

de 2001, a chamada Regra da Mordaça Global − Global Gag Rule (GGR), a mesma que já fora<br />

anunciada, pela primeira vez, pela administração Reagan, durante a Conferência de População<br />

da ONU – Cairo, 94. Essa política tem como propósitos principais “1 − Obstaculizar o acesso<br />

da população a uma ampla gama de métodos contraceptivos, incluindo a contracepção de<br />

emergência; 2 − Se contrapor aos esforços para assegurar o acesso à população ao aborto legal<br />

e seguro”. (CHÁVEZ; COE, 2006, p. 3, tradução das autoras)<br />

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Gênero, mulheres e feminismos

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