02.09.2015 Views

GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

alinne-bonneti-e-c3a2ngela-maria-freire-de-lima-e-souza-org-gc3aanero-mulheres-e-feminismos

alinne-bonneti-e-c3a2ngela-maria-freire-de-lima-e-souza-org-gc3aanero-mulheres-e-feminismos

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

sejavam filhos. No entanto, nos últimos séculos, a sociedade tem<br />

tratado de limitar cada vez mais a capacidade das mulheres de<br />

controlar sua capacidade reprodutiva. Por um lado, as políticas<br />

de população têm tentado decidir por elas se devem ter mais ou<br />

menos filhos. Por outro lado, a área médica tem buscado profissionalizar<br />

a saúde reprodutiva, erosionando com isso o papel<br />

das parteiras tradicionais e das mulheres neste mesmo campo.<br />

E ainda assim, em vários países, as instituições religiosas têm<br />

procurado aplicar regulamentações mais restritivas para as circunstâncias,<br />

quando existem, em que o aborto é aceitável. (2001,<br />

p. XV, tradução das autoras)<br />

Sabe-se que, nos últimos doze anos, vários países modificaram<br />

suas leis referentes ao acesso ao aborto: África do Sul e Albânia<br />

(1996); Camboja (1997); Guiné (2000); Mali, Chade e Suíça (2002);<br />

Benin (2003); Butão, Nepal e Etiópia (2004); Suazilândia (2005);<br />

Colômbia (2006); México, Portugal e Togo (2007). As conquistas oscilam<br />

entre a legalização, a exemplo do México D. F. e de Portugal,<br />

e a aprovação de alguns permissivos, como é o caso da Colômbia,<br />

apenas para citar países mais próximos culturalmente. Também<br />

variaram os sujeitos envolvidos e as estratégias utilizadas.<br />

O fato é que, nos países em que o aborto foi legalizado, houve<br />

uma sensível redução da mortalidade e da morbidade relacionadas<br />

ao aborto ilegal e inseguro. (BERER, 2008) Exemplos concretos<br />

foram abordados, por exemplo, em estudos sobre os EUA, África<br />

do Sul e Romênia. No entanto, para os movimentos feministas,<br />

a questão do aborto não pode ser interpretada apenas como um<br />

problema de saúde pública. Se evitar que as mulheres morram é<br />

tido como um direito fundamental a ser observado, tal questão<br />

é mais frequentemente lida, para esses movimentos, como indissociável<br />

de um conjunto mais amplo de lutas pela ampliação<br />

dos direitos de cidadania. Às mulheres como cidadãs precisam ser<br />

garantidos direitos outros que não morrer. Questões como a autonomia<br />

reprodutiva e a liberdade de decisão acerca do próprio<br />

Gênero, mulheres e feminismos 245

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!