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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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Para Almudena Hernando, além dessas questões colocadas<br />

por Anne Phillips, está o fato de que a identidade de gênero que<br />

segue sendo transmitida às mulheres faz com que elas enfrentem<br />

e vivenciem o poder de uma forma subjetiva muito distinta das<br />

vivências masculinas: “o poder implica para elas conflitos, desgastes<br />

e solidão ao que os homens, comumente, não têm que enfrentar”.<br />

Para a autora, essas dificuldades enfrentadas acontecem<br />

por conta do “[...] contexto subjetivo, identitário, inconsciente,<br />

determinado por séculos e séculos de identidade de gênero transmitida<br />

e reproduzida de acordo ao qual, às mulheres não lhes correspondiam<br />

ocupar posições de poder” (2003, p. 16).<br />

Para esse mesmo caminho se direciona Verônica Pérez que, ao<br />

fazer referência a autores como Inglehart, Norris y Welzel, destaca<br />

o papel da cultura no estabelecimento de limites ao acesso<br />

das mulheres ao poder. As atitudes tradicionais são uma das principais<br />

barreiras de acesso aos cargos de representação política,<br />

na medida em que os valores predominantes em uma sociedade<br />

determinam o tipo de direitos, recompensas e poderes, para homens<br />

e mulheres, nas distintas esferas da vida social e política.<br />

As mulheres não só sofrem as limitações impostas pela sociedade<br />

em geral, através dos papéis de gênero, mas, também limitações<br />

impostas por elas mesmas, definidas por sua condição de gênero<br />

subalterno, visto que a predominância de tais atitudes pode influir<br />

diretamente sobre a preparação e a decisão de se candidatar,<br />

assim como nos critérios utilizados pelos partidos políticos, pelos<br />

meios de comunicação e pelo próprio eleitorado ao escolher seus<br />

candidatos. (PÉREZ, 2006, p. 57)<br />

Na perspectiva de superar esses entraves na participação política<br />

das mulheres, Anne Phillips (1996) propõe, em linhas gerais,<br />

três possíveis soluções: 1) uma diferente divisão sexual do trabalho<br />

na produção e reprodução, com um reparte igualitário de toda<br />

a gama de trabalho remunerado e não remunerado existente na<br />

198<br />

Gênero, mulheres e feminismos

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