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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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marcante fora do próprio país, em função das condições criadas<br />

anteriormente para a ação conservadora.<br />

O fato é que norte-americanos consonantes com o Partido<br />

Republicano, em sintonia com a ação teológica-política do Estado<br />

do Vaticano e de igrejas evangélicas, vêm se empenhando, de<br />

forma mais estratégica, na restrição das liberdades sexuais e reprodutivas,<br />

articulando discursos do direito à vida com os discursos<br />

convencionais de abstinência sexual, da interdição do uso de<br />

qualquer método contraceptivo − em particular, da contracepção<br />

de emergência −, ou de prevenção às DST e à AIDS, de valorização<br />

da família de modelo tradicional, patriarcal, heterossexual, com<br />

estratégias geopolíticas, econômicas e orçamentárias na luta contra<br />

a legalização do aborto em diversas nações do planeta.<br />

Para os movimentos sociais da América Latina, de um modo<br />

geral, o processo de abertura democrática subsequente aos períodos<br />

ditatoriais e à instalação, ainda que não imediata, de novos<br />

governos considerados progressistas, deveria representar um momento<br />

substantivo de diálogo sobre políticas demandadas a partir<br />

deste mesmo campo, o das lutas por uma sociedade mais democrática<br />

e justa. No entanto, toda a complexidade das relações que<br />

se instituem no campo internacional influencia, em boa medida,<br />

a forma como se redefinem nacionalmente as políticas, o que não<br />

quer significar que seria diferente se este tipo de orientação não<br />

se exercesse, afinal, seja no Brasil, seja na América Latina como<br />

um todo, a oposição às ditaduras militares foi, em grande parte,<br />

apoiada e abrigada, dentro de setores da Igreja Católica.<br />

Sabe-se que a oposição ao regime autoritário, ainda que compartilhada<br />

pelas mulheres, que estiveram presentes na ação política<br />

contra a ditadura, seja por razões teológicas ou por razões<br />

políticas, continuou contemplando as questões sobre autonomia<br />

trazidas pelas mulheres como secundárias. Segundo nos aponta<br />

Leila Barsted:<br />

Gênero, mulheres e feminismos 249

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