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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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e 2004, junte-se − em parte, visto que a personagem central não<br />

compete, em aparência, com as atrizes das duas séries − a comédia<br />

romântica O Diário de Bridget Jones, de 2001 (que reitera atitudes<br />

e comportamentos de busca do “homem ideal”), filme baseado no<br />

livro de Helen Fielding e dirigido por Sharon Maguire e, em 2004,<br />

sua continuação, intitulada Bridget Jones: a idade da razão, apenas<br />

com a colaboração da autora no roteiro.Iniciada a desestabilização<br />

da mulher com essas séries, a consolidação do paradigma<br />

agregada ao desejo de formação de uma família vai ocorrer nesses<br />

filmes, que combinam atitudes e comportamentos com a indústria<br />

da beleza e da moda, já presentes em Sex and the City. Os dois<br />

filmes provenientes da série colocam o foco nessa mesma modelagem<br />

limitante para as próprias mulheres, como refere Naomi<br />

Wolf, em seu livro O mito da beleza: como as imagens de beleza<br />

são usadas contra as mulheres (1992).<br />

Assim, a configuração da mulher firme, segura e confiante em<br />

si mesma vai se deslocando para um novo modelo: mulheres que<br />

se mostram competentes como profissionais, mas que, como pessoas,<br />

são representadas, irremediavelmente frágeis, física e emocionalmente,<br />

e, acima de tudo, em busca de um parceiro ideal para<br />

completar o ciclo com o casamento e a constituição da família com<br />

filhos. É marcante a escolha das atrizes que encarnam esse novo<br />

ideal cuja aparência física denota grande fragilidade. Transformase,<br />

assim, o tipo físico escolhido para a representação dessas mulheres,<br />

preferindo-se atrizes muito magras e de aparência delicada<br />

e frágil. Dentro dessa perspectiva, consolida-se o perfil da “feminilidade”,<br />

que já fora inaugurado por Ally McBeal (1997-2002) e<br />

seguido por três das quatro mulheres de Sex and the City (1998-<br />

2004), marcando o fim da mulher realizada profissionalmente,<br />

bem definida, decidida e independente. 9<br />

9 Um dado interessante: as duas escritoras, uma inglesa e outra norte-americana, nasceram em<br />

1958 e 1959, respectivamente, correspondendo à geração próxima à “segunda onda” feminista,<br />

304<br />

Gênero, mulheres e feminismos

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