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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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cos universitários estadunidenses, 8 e reflete sobre a ideia de que<br />

a produção antropológica feminista pode ser uma forma de ação<br />

social. Cabe ressaltar que Gordon reflete sobre esse tema em um<br />

contexto marcado por uma então recente Antropologia Feminista<br />

voltada para pesquisar a sua própria sociedade e preocupada<br />

em compreender questões sócio-político-culturais que atingem,<br />

particularmente, as mulheres. Assim, esse caráter engajado e, de<br />

certa forma, útil, da pesquisa antropológica feminista demarca o<br />

seu cunho político.<br />

O adjetivo feminista modificador do substantivo Antropologia,<br />

implica na “reestruturação ou subversão das estruturas de<br />

poder em algum nível”, subversão aqui associada à ideia de um<br />

desafio crítico às formas de produção de conhecimento estabelecidas,<br />

de uma possibilidade de redefinição dos caminhos a serem<br />

seguidos e da expansão dos temas a serem estudados. (ONO, 2003,<br />

p. 4) Através da sua imaginação criativa e da sua crítica, a Antropologia<br />

Feminista tem um grande potencial inovador, de extrema<br />

relevância para a expansão da disciplina.<br />

Por uma antropologia feminista brasileira<br />

Soa particularmente estranho, em uma época de rompimento<br />

de fronteiras disciplinares, querer delimitar as fronteiras de uma<br />

disciplina em um campo essencialmente interdisciplinar. Nessa<br />

intensa proliferação de referenciais e de combinações disciplinares,<br />

encontrei o estímulo para pensar qual seria a particularidade<br />

do olhar antropológico. A busca por uma maior clareza na definição,<br />

nas implicações, nas possibilidades e nos limites dessa Antropologia<br />

adjetivada se fundamenta em uma avaliação de que me<br />

8 Segundo Gordon (1993), Sanday foi levada a estudar esse tema em função de uma aluna sua que<br />

foi estuprada por um grupo de estudantes universitários. A realização da pesquisa fez com<br />

que a antropóloga pudesse conhecer essa realidade e contribuir para a criação de mecanismos<br />

de combate a essa violação nos campi estadunidenses.<br />

Gênero, mulheres e feminismos 63

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