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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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se traduz na desigualdade da capacidade de intervenção na esfera<br />

pública. No entanto, sem mudanças estruturais na sociedade, a<br />

inclusão das mulheres nas instituições políticas não consegue alterar<br />

as relações de gênero. (DALEHRUP, 2006)<br />

Registra-se que há diferentes sistemas de cotas: reserva de assentos<br />

nos parlamentos, iniciativas voluntárias partidárias, legislação<br />

nacional de reserva de vagas partidárias. (ARAÚJO, 2001a;<br />

MATEO-DIAZ, 2006, p. 81) No Brasil, não se adota a reserva de<br />

assentos e sim cotas voluntárias e cotas legais, presentes na legislação<br />

eleitoral. As cotas tendem a ser melhor introduzidas em<br />

sistemas proporcionais, com listas fechadas, alternância de sexo<br />

e múltiplos partidos, sendo que os novos e de esquerda são mais<br />

propícios a absorver mulheres. (HTUN, 2001; ARAÚJO, 2001b)<br />

O acesso a fundos públicos e ao tempo gratuito de propaganda<br />

eleitoral também são aspectos que criam melhores condições<br />

para resultados que se aproximem mais da paridade desejada.<br />

A Lei n° 12.034/2009, que orientou as eleições de 2010, determinou<br />

o preenchimento, e não só a reserva, de, no mínimo, 30%<br />

e, no máximo, 70% das candidaturas por sexo, nas listas apresentadas<br />

por partidos ou coligações para as eleições proporcionais.<br />

(CFEMEA, 2010) Da mesma forma, houve um avanço para<br />

as mulheres na distribuição do tempo de propaganda partidária<br />

(10%) e na destinação dos recursos do fundo partidário (5%). No<br />

entanto, essa melhora na legislação eleitoral não repercutiu como<br />

prática nos partidos, mais uma vez predominando a estratégia retórica<br />

dessas instituições que fazem o recrutamento de aspirantes<br />

ao parlamento.<br />

Essa interação com o sistema eleitoral e partidário revela alguns<br />

limites da cota, para além da fragilidade da própria lei. Outra crítica<br />

é que elas promovem uma reacomodação dentro do sistema político<br />

vigente, obscurecendo a necessidade de transformações estruturais<br />

mais profundas. (VARIKAS, 1996 apud MIGUEL, 2003)<br />

Gênero, mulheres e feminismos 231

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