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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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cama com um boneco inflável e represento um cliente que chupa<br />

os dedões dos pés da ex-namorada. Esse não era o meu plano”<br />

(Episódio 119). Fantasiosa e romântica, no velho estilo ressignificado<br />

dos folhetins romanescos, essa personagem “excêntrica”<br />

passou a ser o “novo” modelo de aparência e de comportamento<br />

das mulheres da entrada do Século 21.Apesar de ter recebido muitas<br />

críticas provenientes das feministas, a série, desde seu início,<br />

se transformou em sucesso, conquistando sete premiações dentre<br />

as onze distribuídas pelas várias associações norte-americanas.<br />

Durante esse sucesso, seu criador assim se expressou sobre a personagem,<br />

em reportagem da Agência Reuters:<br />

— Eu realmente não achei que estivesse escrevendo uma personagem<br />

representativa para o gênero feminino em geral.<br />

Pensei em Ally como uma personagem excêntrica e diferente.<br />

Então, foi uma boa surpresa ver que a personagem<br />

era tão parecida com tantas mulheres. 6<br />

O interessante dessa configuração é que são mulheres competentes<br />

em suas profissões. Mesmo Ally que, inicialmente, se<br />

mostrava insegura, ao longo das temporadas, se torna excelente<br />

advogada e chega-se a esperar que ela venha a conseguir algum<br />

equilíbrio emocional, o que não acontece até o final da série. Longe<br />

do trabalho, ela vacila, é decididamente desajeitada com os<br />

pretendentes, como uma mulher jovem e solteira à procura da felicidade<br />

pessoal. O sucesso dessa “atualização” na representação<br />

de mulher (desestabilizada, frágil, preocupada em encontrar sua<br />

identidade em um mundo comandado por homens) vai servir para<br />

a análise dos comportamentos de quatro mulheres, na faixa etária<br />

dos trinta anos, em Sex and the City (1996), livro de sucesso, uma<br />

6 A personagem desencadeou um debate acalorado entre as feministas, atingindo seu auge com<br />

a capa na revista Time, em 1998, onde Calista Flockhart aparecia ao lado da frase ‘O feminismo<br />

está morto?’. Disponível em: .<br />

Acesso em: 4 nov. 2010.<br />

Gênero, mulheres e feminismos 301

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