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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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possível” através da evolução acelerada pelo movimento das forças<br />

produtivas a serviço de um domínio sem precedentes dos processos<br />

naturais.<br />

Destarte, a potencialidade de desenvolvimento das instituições<br />

sociais modernas permitiu o fortalecimento de um otimismo<br />

que parecia tornar possível toda e qualquer realização humana,<br />

desde o desenvolvimento industrial até a edificação política do<br />

Estado moderno, tendo como referência filosófica os valores do<br />

Humanismo e da razão iluminista. Nesse sentido, a modernidade<br />

não apenas acredita na possibilidade de emancipação do sujeito,<br />

mas coloca como alvo a construção da igualdade através dos direitos<br />

civis, como voto, trabalho e escolarização universal, entre<br />

outros – o que será chamado, posteriormente, de “promessas da<br />

modernidade”.<br />

Com efeito, a modernidade termina por produzir um discurso<br />

universalista, assentado na defesa de um sujeito universal (humano<br />

universal) e expresso em um pensamento social evolucionista que<br />

irá dar base às “grandes narrativas” que “vêem a história humana<br />

como tendo uma direção global, governada por princípios dinâmicos<br />

gerais”. (GIDDENS, 1991, p. 14) Assim, os valores do Iluminismo<br />

– como liberdade, democracia, igualdade, direitos, entre outros –,<br />

se tornam “categorias modernas” fundantes das metateorias racionais,<br />

universalistas e humanistas que vão caracterizar este pensamento<br />

que vê o passado como superado e o futuro como predizível,<br />

dando à ciência um lugar privilegiado nesse processo.<br />

Certamente, em um primeiro momento, esse discurso da modernidade<br />

“soará como música aos ouvidos” das feministas, por<br />

apresentar uma convergência de interesses diante das promessas<br />

de construção da igualdade que implicavam, naquele momento,<br />

na coextensividade dos direitos civis às mulheres através do voto,<br />

do trabalho assalariado, do acesso à educação e a todas as garantias<br />

previstas pela “cidadania moderna”. Assim, parecia haver<br />

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Gênero, mulheres e feminismos

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