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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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dos caminhos para a construção de uma sociedade realmente democrática,<br />

garantindo uma participação paritária entre homens e<br />

mulheres.<br />

As cotas na América Latina<br />

A Argentina foi o primeiro país na América Latina a adotar<br />

um sistema de cotas, através da alteração do artigo 60º do Código<br />

Eleitoral, em 1991, a chamada “Ley de Cupos” que estabelecia a<br />

obrigatoriedade de que as listas de candidatos apresentadas pelos<br />

partidos em nível nacional garantissem um mínimo de 30% de<br />

mulheres.<br />

A lei foi fruto de todo um esforço das mulheres argentinas, em<br />

um processo iniciado ainda durante a ditadura militar com a ação<br />

das “Mães e Avós da Praça de Maio”, as primeiras a saírem em público<br />

denunciando as barbáries do regime militar e clamando pelo<br />

retorno do Estado de Direito. Paralelamente a esse movimento,<br />

desenvolveu-se um amplo movimento de mulheres ligado aos<br />

movimentos de resistência à Ditadura Militar. Em fins dos anos<br />

80, já era intensa a mobilização pela implantação de uma política<br />

de cotas protagonizada por setores do feminismo articulados com<br />

mulheres militantes dos partidos políticos.<br />

Inicialmente, a partir da experiência de países europeus, as<br />

mulheres tentaram negociar com os partidos majoritários a introdução<br />

das cotas nos programas partidários. Diante da reação<br />

negativa dos partidos, a nova estratégia foi apresentar projetos de<br />

reforma ao Código Eleitoral Nacional com o objetivo de “obrigar<br />

as organizações partidárias a incluir mais mulheres nas suas listas<br />

de candidatos aos cargos eletivos”. (MARX; BORNER; CAMINOT-<br />

TI, 2006, p. 8)<br />

Em novembro de 1989, a senadora Margarita Malharro de Torres,<br />

da União Cívica Radical (UCR), eleita pela província de Men-<br />

200<br />

Gênero, mulheres e feminismos

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