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GÊNERO MULHERES E FEMINISMOS

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sociedade e que, até agora, é de responsabilidade quase exclusiva<br />

das mulheres; 2) a modificação na situação de trabalho dos políticos<br />

para que seja possível abrir possibilidades de participação para<br />

pessoas com responsabilidades parentais ativas; 3) a eliminação<br />

dos preconceitos de tipo “club masculino” próprios do eleitorado<br />

ou dos encarregados de escolher os candidatos nos partidos, algo<br />

que exige medidas de ações afirmativas para estimular a eleição de<br />

mulheres.<br />

Como aponta a própria autora, as feministas, nos últimos anos,<br />

têm envidado, sistematicamente, mais esforços na implementação<br />

do terceiro tipo de problema, o que, para ela, é uma demonstração<br />

de que não acreditam muito na possibilidade de mudar os<br />

dois primeiros. Eu diria que o que vem ocorrendo, de fato, é uma<br />

maior visibilidade nas ações direcionadas a mudanças no âmbito<br />

do Estado, como é comum ocorrer. A intervenção feminista nas<br />

diversas instâncias da vida social, no sentido de implementar mudanças<br />

no cotidiano feminino e, em especial, das famílias, tem sido<br />

a prática corrente do feminismo em mais de dois séculos de existência.<br />

A luta ideológica, a perspectiva de mudanças nos padrões<br />

culturais e a batalha incessante pela mudança na divisão sexual<br />

do trabalho e da afetividade do feminismo enquanto movimento<br />

social ou enquanto prática política tem buscado, precisamente,<br />

implementar as duas primeiras possíveis soluções indicadas pela<br />

autora; no entanto, exatamente por se travar, “essencialmente”,<br />

no âmbito privado, ela não é tão fortemente identificada e, até<br />

mesmo, pouco visibilizada. (COSTA, 2008b, p. 10)<br />

Por outro lado, não podemos esquecer a importância do papel<br />

do Estado como força política capaz de influenciar, implementar<br />

ações e políticas públicas transformadoras e, mesmo, através de<br />

medidas punitivas, mudar as práticas discriminadoras e excludentes<br />

em relação às mulheres. Nesse sentido, a implementação<br />

de ações afirmativas, a exemplo do sistema de cotas, pode ser um<br />

Gênero, mulheres e feminismos 199

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