RESUMO PALAVRAS-CHAVE - GV Pesquisa
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EAESP/F<strong>GV</strong>/NPP - NÚCLEO DE PESQUISAS E PUBLICAÇÕES 175/286<br />
Lóri é atormentada pela questão de quem sou eu, da identidade, e parte para a<br />
procura de sua própria identidade, que vai sendo construída pela linguagem numa<br />
fala interiorizada, numa escrita voltada para dentro de si mesma.<br />
Ulisses, então, é quem conduzirá Lóri na sua travessia interior em busca da sua<br />
aprendizagem do prazer. A travessia proposta por Ulisses é justamente descobrir o<br />
outro, com a finalidade de descobrir a si mesmo.<br />
É possível perceber a presença, no livro, de vários conceitos da Psicanálise. A<br />
questão do inconsciente/pré-consciente/consciente fica bem clara no seguinte<br />
trecho:<br />
“E não era porque ele esperava por ela, pois muitas vezes Lóri, contando com a já<br />
insultuosa paciência de Ulisses, faltava sem avisar-lhe nada; mas a idéia de que a<br />
paciência de Ulisses se esgotaria, a mão subiu-lhe à garganta, tentando estancar uma<br />
angústia parecida com a que sentia quando se perguntava ‘quem sou eu?’ - e agora a<br />
angústia vinha porque de novo descobria que precisava de Ulisses, o que a<br />
desesperava - queria poder continuar a vê-lo, mas sem precisar tão violentamente<br />
dele. Mas Ulisses, entrando cada vez mais plenamente em sua vida, ela, ao se sentir<br />
protegida por ele, passara a ter receio de perder a proteção.”<br />
No inconsciente de Lóri, sempre estiveram os sentimentos de necessidade de<br />
Ulisses. Podemos perceber que esses sentimentos foram afastados da consciência de<br />
Lóri pelo mecanismo de Repressão, sendo mantidos no inconsciente pelo<br />
mecanismo de Resistência. Lóri tinha medo de sofrer, caso tomasse consciência de<br />
que não saberia viver sem Ulisses, então seu Ego reprimiu esses desejos perigosos<br />
(do ponto de vista dela), não permitindo que viessem à consciência e evitando,<br />
assim, o desprazer que seria assumir tal dependência.<br />
Para Lóri, sua vida era dividida entre aquilo que era permitido e aquilo que não era<br />
(prazer). Existiam nela dois extremos: a consciência moral, presente no Superego,<br />
R ELATÓRIO DE P ESQUISA Nº 1/1998