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RESUMO PALAVRAS-CHAVE - GV Pesquisa

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EAESP/F<strong>GV</strong>/NPP - NÚCLEO DE PESQUISAS E PUBLICAÇÕES 40/286<br />

Essa perspectiva de leitura parcial do que o cerca (em contato com algo a conhecer,<br />

seja o conteúdo da disciplina, seja o processo grupal, ou o seu próprio) permite a<br />

abertura de um novo processo: emerge a discriminação. O sujeito não percebe que<br />

essa leitura contém apenas um aspecto da realidade, toma isso como uma leitura<br />

total (verdadeira e inquestionável). A isso Pichon-Rivière 17 denominou dilema: há<br />

coexistência de situações percebidas como opostas, não há conciliação entre elas, o<br />

que impera no discurso é: isso ou aquilo. Eu ou outro; não dá para conciliar<br />

possibilidades distintas. O que se realça aqui é o próprio ponto de vista como<br />

verdade, e ponto final.<br />

Essas leituras parciais, vistas como verdades, quando compartilhadas por alguns do<br />

grupo, são logo reconhecidas como totais (únicas), e esses tornam-se aliados, e os<br />

“outros” com opiniões diversas, inimigos. Os afetos/ações e pensamentos não<br />

seguem a mesma linha, ou seja, opõem-se. Há contradições presentes na interação<br />

grupal concernentes a esses três níveis.<br />

A ação descola-se do pensamento, e o integrante estabelece uma distância<br />

afetiva excessiva do que está conhecendo.<br />

A qualidade da interação e do processo comunicacional do grupo caracteriza-se,<br />

nesse momento, por uma abordagem centrada nos próprios temas desarticulados do<br />

conteúdo informativo, de maneira a localizar-se no que o torna seguro, e tudo o que<br />

é não-produtivo é localizado fora do grupo (aula, professor, escola, os outros<br />

colegas).<br />

Seguindo esse processo, pode haver uma nova reorganização, e aí o sujeito<br />

estabelece uma distância que lhe permite olhar o outro e a si numa relação de mútua<br />

interdependência, e não mais como partes excludentes. O que ocorre é a inclusão do<br />

meu e do outro. Há uma transformação sujeito-contexto, e consegue perceber e<br />

transitar com as normas presentes estabelecendo um pensamento criativo,<br />

17 PICHON-RIVIÈRE, E., op. cit.<br />

R ELATÓRIO DE P ESQUISA Nº 1/1998

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