dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...
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fazem o movimento”, tanto que, nos fins <strong>de</strong> semana, durante a noite, poucas pessoas po<strong>de</strong>m<br />
ser vistas na praça. Até as vendas fecham mais cedo por falta <strong>de</strong> movimento e freguês.<br />
No dia seguinte, terceiro dia <strong>de</strong> observação, cheguei à escola no mesmo horário, fiquei<br />
no portão observando o movimento e aguardando o ônibus escolar “azul” chegar. O<br />
movimento na praça era o mesmo. Os alunos chegaram. Alguns entraram. Outros foram <strong>para</strong><br />
a praça. Mas, Renato e um <strong>de</strong> seus amigos ficaram sentados no refeitório. Fui imediatamente<br />
me juntar a eles. Cheguei e me sentei no outro banco, <strong>de</strong> forma que fiquei <strong>de</strong> frente aos dois.<br />
Cumprimentei-os e começamos a conversar. Perguntei aos dois sobre o trabalho <strong>de</strong>les. Eles<br />
me respon<strong>de</strong>ram que trabalhavam na “roça”. Indaguei novamente o que faziam na “roça”.<br />
Eles me respon<strong>de</strong>ram que trabalhavam com eucalipto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o plantio, o cuidado nos<br />
primeiros anos, até o corte.<br />
As fazendas <strong>de</strong> eucalipto empregam muitas pessoas na região <strong>de</strong> Minas Novas, inclusive<br />
na região do distrito <strong>de</strong> Ribeirão da Folha e comunida<strong>de</strong>s adjacentes. Estes serviços nas<br />
fazendas <strong>de</strong> eucalipto têm diminuído a migração dos homens <strong>para</strong> o corte <strong>de</strong> cana, fato<br />
comum no Vale do Jequitinhonha. Há uns vinte anos atrás, apenas gran<strong>de</strong>s empresas<br />
cultivavam o eucalipto na região, como por exemplo, a Acesita Energética, que, após passar<br />
por vários donos e possuir vários nomes, se chama hoje, “Aperam” 24 . No entanto, nos últimos<br />
anos, pequenos e médios proprietários passaram a <strong>de</strong>rrubar matas nativas ou outras plantações<br />
como a <strong>de</strong> café, por exemplo, <strong>para</strong> plantar eucalipto.<br />
Estes <strong>de</strong>smatamentos têm feito com que vários córregos, pequenos rios e nascentes <strong>de</strong><br />
água sequem quase por completo. Além disso, diversos animais foram <strong>de</strong>saparecendo da<br />
região. As plantações <strong>de</strong> eucalipto geram empregos, que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o preparo da terra, até a<br />
<strong>de</strong>rrubada dos mesmos, no entanto, gera outros problemas que, a longo prazo, <strong>de</strong>verão ter<br />
impacto na região, como a escassez <strong>de</strong> água. Esta falta <strong>de</strong> água já é sentida em Ribeirão da<br />
Folha. A água é racionada. Quando é liberada <strong>para</strong> algumas ruas, outras ficam sem receber. É<br />
bem comum notar mulheres com gran<strong>de</strong>s bacias <strong>de</strong> vasilhas ou roupas indo em direção aos<br />
rios ou aos córregos <strong>para</strong> fazer a lavagem das mesmas.<br />
24 A Aperam é uma empresa global em aços inoxidáveis, aços especiais elétricos e ligas <strong>de</strong> níquel, com vendas<br />
em mais <strong>de</strong> 30 países e 9.800 empregados. Mantém 30 escritórios <strong>de</strong> vendas em todo o mundo com suporte ao<br />
cliente e 19 <strong>Centro</strong>s <strong>de</strong> Serviços, incluindo <strong>de</strong>z plantas e instalações <strong>de</strong> transformação. Faz parte do Instituto<br />
Aço Brasil, fundado em 31 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1963. [...]O Instituto Aço Brasil (antigo Instituto Brasileiro <strong>de</strong><br />
Si<strong>de</strong>rurgia – IBS) tem como objetivo congregar e representar as empresas brasileiras produtoras <strong>de</strong> aço,<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r seus interesses e promover seu <strong>de</strong>senvolvimento. [...]A Aperam BioEnergia administra um<br />
patrimônio <strong>de</strong> florestas renováveis no Vale do Jequitinhonha, também em Minas Gerais. Tem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
produção <strong>de</strong> 1,4 milhão <strong>de</strong> metros cúbicos com potencial <strong>para</strong> chegar a 2,2 milhões <strong>de</strong> metros cúbicos nos<br />
próximos anos. A produção <strong>de</strong> carvão <strong>de</strong>ssas florestas abastece a Usina da Aperam, em Timóteo.<br />
(INSTITUTO AÇO BRASIL, 2011).