dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...
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festa tem marujada, caboclos que é a cultura da comunida<strong>de</strong> e também dos<br />
moradores.(Andrelina, 19 anos). 63<br />
Aqui as pessoas tem alguns costumes que vêm <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros moradores, fazer<br />
penitência, os tipos <strong>de</strong> comidas dos negros, as festas religiosas que são em<br />
comemoração ao santo padroeiro da comunida<strong>de</strong>, o Bom Jesus, que acontece no<br />
mês <strong>de</strong> agosto. Os batuques, caboclos, marujada, isso e muito mais fazem parte dos<br />
hábitos e costumes dos moradores da comunida<strong>de</strong>. (Renato, 20 anos). 64<br />
Temos nossas tradições que são muito boas e divertidas. Eu adoro!!! (Ana Paula, 16<br />
anos). 65<br />
Como po<strong>de</strong>mos perceber através das falas acima, os costumes e tradições do Quilombo são<br />
respeitados pelos jovens, que inclusive se i<strong>de</strong>ntificam com eles. Em minha opinião essas<br />
festas e tradições <strong>de</strong>vem ser motivo <strong>de</strong> orgulho não somente <strong>para</strong> os afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes,<br />
moradores <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s remanescentes <strong>de</strong> quilombo, mas <strong>para</strong> todas as pessoas que as<br />
vivenciam.<br />
4.6.1 – Buscando a Ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Bom Jesus<br />
Após tomarmos o café da manhã, o sr. Vicente, esposo <strong>de</strong> d. Maria e seu filho Ronaldo<br />
soltaram mais foguetes. Minha mãe e eu, com a ajuda <strong>de</strong> outra mulher da comunida<strong>de</strong>, Ana,<br />
irmã da mãe <strong>de</strong> Ney e mãe <strong>de</strong> Renato, também ator <strong>de</strong>ssa pesquisa, fomos organizar a igreja.<br />
Levamos toalhas <strong>de</strong> renda, água, flores, velas. Tudo <strong>de</strong>veria estar bem bonito. Logo as<br />
pessoas começariam a chegar.<br />
Eu não conhecia Ana. Das vezes em que estive no Quilombo, ela sempre estava fora,<br />
trabalhando em alguma fazenda da região. É comum alguns moradores ficarem até quinze<br />
dias sem vir às suas casas. Morena, cabelos escuros e encaracolados. Muito simpática, fez<br />
perguntas sobre a pesquisa durante o tempo que estávamos arrumando a igreja e o coreto.<br />
Perguntou se eu colocaria fotos do lugar, respondi a ela que sim. Falou-nos sobre seus filhos e<br />
da importância <strong>de</strong> estudarem. Disse-nos que uma <strong>de</strong> suas filhas é professora <strong>de</strong> história, mas<br />
que já está casada, não mora mais com ela. Disse ainda que, não permite que seus filhos<br />
parem <strong>de</strong> estudar <strong>para</strong> trabalharem, <strong>para</strong> que isso não aconteça, ela e o marido trabalham<br />
dobrado. Contou-nos que Renato está trabalhando em uma fazenda <strong>de</strong> eucalipto, mas que,<br />
chega a tempo <strong>de</strong> tomar o ônibus e ir <strong>para</strong> Ribeirão estudar, que se não fosse assim, eles não<br />
permitiriam que ele trabalhasse, completou Ana.<br />
63 Dados do memorial. Maio, 2011.<br />
64 Dados do memorial. Maio, 2011.<br />
65 Dados do memorial. Maio, 2011.