01.08.2013 Views

dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...

dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...

dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Se as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas como móveis, como sendo constituídas nos<br />

sistemas culturais que nos ro<strong>de</strong>iam, como os jovens pesquisados po<strong>de</strong>riam falar <strong>de</strong> suas<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s? Po<strong>de</strong>riam per<strong>de</strong>r o significado <strong>de</strong> suas possíveis i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s ocasionando,<br />

segundo Hall, (2005, p.9) uma “perda do sentido <strong>de</strong> si”, ao que ele chama <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentramento<br />

ou <strong>de</strong>slocamento do sujeito?<br />

diz que:<br />

No que diz respeito à interferência dos discursos na constituição das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, Hall<br />

as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s são construídas <strong>de</strong>ntro e não fora do discurso que nós precisamos<br />

compreendê-las como produzidas em locais históricos e institucionais específicos,<br />

no interior <strong>de</strong> formações e práticas discursivas específicas, por estratégias e<br />

iniciativas específicas. (HALL apud, SILVA, 2007, p. 109).<br />

Enten<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>ssa forma, nossos sujeitos que passam por sistemas culturais diversos,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o inicio <strong>de</strong> sua escolarização, e entram em contato com discursos diversos, em locais<br />

também diversos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a comunida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> vivem, até a escola on<strong>de</strong> estudam, é possível<br />

afirmar que a constituição, conformação ou negação <strong>de</strong> uma possível i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> étnico-racial<br />

quilombola po<strong>de</strong> sim acontecer. Principalmente, na medida em que as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s são<br />

constantemente celebradas como móveis.<br />

A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> estaria ligada, assim, aos discursos que nos ro<strong>de</strong>iam, as posições que<br />

assumimos diante <strong>de</strong> algum fato cotidiano? Po<strong>de</strong>ria ser forjada, construída ou modificada no<br />

interior <strong>de</strong> diversos tempos e lugares, como por exemplo, em uma comunida<strong>de</strong> remanescente<br />

<strong>de</strong> quilombo ou em uma escola, passando pela escolarização dos sujeitos?<br />

Sobre a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> étnica, que foi o conceito consi<strong>de</strong>rado mais a<strong>de</strong>quado ao que esta<br />

pesquisa se propôs a realizar, po<strong>de</strong>mos afirmar que ela é construída a partir e na relação que<br />

estabelecemos com a diferença. Segundo Barth, citado por Lapierre, in, Poutignat e Streiff-<br />

Fernart<br />

[...] essa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, como qualquer outra i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> coletiva (e assim também a<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal <strong>de</strong> cada um), é construída e transformada na interação <strong>de</strong> grupos<br />

sociais através <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> exclusão e inclusão que estabelecem limites entre<br />

tais grupos, <strong>de</strong>finindo os que os integram ou não. (POUTIGNAT; STREIFF-<br />

FERNART. 1998, p. 11).<br />

Ainda <strong>de</strong> acordo com Barth, citado por Oliveira, “na medida em que os agentes se<br />

valem da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> étnica <strong>para</strong> classificar a si próprios e os outros <strong>para</strong> propósitos <strong>de</strong><br />

interação, eles formam grupos étnicos em seu sentido <strong>de</strong> organização” (1976, p. 4). Temos<br />

duas formas <strong>de</strong> perceber a noção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>: a pessoal e social, ou seja, a individual e a<br />

51

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!