dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...
dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...
dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
180<br />
Pouco tempo <strong>de</strong>pois o padre também chegou à comunida<strong>de</strong> saudando a todos com o<br />
sinal da cruz. Antes <strong>de</strong> entrar na casa <strong>de</strong> dona Maria, ele entrou na roda da marujada, cantou e<br />
dançou com o grupo. O povo aplaudia o espetáculo. Com o término <strong>de</strong> uma canção, o padre<br />
interrompeu os marujos e <strong>de</strong>u bom dia a todos, anunciando que a missa logo iria começar.<br />
Entrou na casa, tomou café e subiu acompanhado dos fiéis até a porta da igreja, on<strong>de</strong> a missa<br />
foi celebrada. Lí<strong>de</strong>r carismático na região, ele nasceu em Diamantina e se formou padre,<br />
também, no Seminário <strong>de</strong> Diamantina. Estava reformando a Igreja Matriz Nossa Senhora da<br />
Graça em Capelinha com o apoio e doações da população e com isto, passou a ser visto como<br />
um lí<strong>de</strong>r. Além do que, faz questão <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r as comunida<strong>de</strong>s rurais, mesmo as que não são<br />
<strong>de</strong> sua responsabilida<strong>de</strong>, como o Quilombo, por exemplo.<br />
Segundo Eunice Durham, as ativida<strong>de</strong>s necessárias <strong>para</strong> a realização <strong>de</strong> festas<br />
religiosas, dão origem a posições diferentes <strong>para</strong> cada tipo <strong>de</strong> participação. Sugere que<br />
po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificar um padre ou leigo, responsáveis pelo aspecto religioso do culto ou missa,<br />
neste caso po<strong>de</strong>mos citar d. Maria e o Cônego Ricardo; os festeiros e mordomos, responsáveis<br />
pela parte profana, como danças e comidas, neste caso, po<strong>de</strong>mos citar, também, d. Maria,<br />
mas, com apoio <strong>de</strong> toda a comunida<strong>de</strong>, e os Marujos. A autora ressalta ainda que: “a<br />
ativida<strong>de</strong> religiosa não constitui uma ativida<strong>de</strong> puramente comunitária. Ao contrário, ela é<br />
uma ativida<strong>de</strong> que relaciona a comunida<strong>de</strong> local à socieda<strong>de</strong> mais ampla.” (1984, p. 79).<br />
Dessa forma, temos a figura do povo em geral, ou seja, pessoas <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s próximas ou<br />
distantes, e também <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s vizinhas que comparecem ao evento todos os anos.<br />
4.6.3 – Missa ao ar livre<br />
Cerca <strong>de</strong> umas mil pessoas, segundo sr. Vicente, estavam presentes na Festa <strong>de</strong> Bom<br />
Jesus. Não dava <strong>para</strong> contar, mas eu acredito também, que havia aproximadamente essa<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas. Gente <strong>de</strong> todos os lugares. Segundo Oliveira & Fernan<strong>de</strong>s, citado por<br />
Tosta,<br />
a missa é um fenômeno social, dado o caráter da religião, por causa <strong>de</strong> seu<br />
conteúdo e por suas formas que são exclusivamente sociais, porque não existem<br />
fora <strong>de</strong> um ritual, <strong>de</strong> um discurso social adotado por um grupo religioso (1997, p.<br />
05).<br />
Assim, aquele fenômeno social, a missa, e o seu celebrante o padre, conseguiram reunir<br />
pessoas que, colocaram suas melhores vestimentas, como se estivessem se vestindo <strong>para</strong> uma