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174 tocando seus instrumentos por alguns minutos. A dona da casa saiu com a bandeira na mão, levantou-a e todos gritaram: “Viva o Senhor Bom Jesus”. Nesse momento, mais fogos foram estalados. Em seguida os marujos entraram casa adentro, em fila, cantando músicas de agradecimento e bênçãos aos moradores. Após esse ato, com o consentimento dos mesmos, a dona da casa com a bandeira nas mãos deu início à procissão em direção à Igreja. As mulheres rezavam o terço e a marujada tocava, pareciam estar hipnotizados pelo clima de fé. “Realmente, é como se o “corpo dos fiéis” perdesse suas fronteiras e, nos momentos mais fervorosos, pudesse juntar-se ao corpo da própria imagem, dando-lhe vida” (DAMATTA, 1983, p. 82). Figura 56 – Dona da casa saindo com a Bandeira de Bom Jesus Fonte: Foto da autora, 2011 Após alguns metros a bandeira foi entregue a uma criança, permanecendo com esta até a chegada à igreja, onde foi deixada pelo grupo até o momento da celebração da missa. Ao conversar com um dos marujos sobre o porquê de entregar a bandeira a uma criança, ele
espondeu-me que é costume, que sempre aparece muitas crianças querendo carregá-la, e que este gesto é uma forma de tentar incentivá-las a não deixar a tradição morrer. Figura 57 – Bandeira de Bom Jesus carregada por uma criança Figura 58 – Retorno da procissão com a Bandeira de Bom Jesus da Lapa Fonte: Foto da autora, 2011 175
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