dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...
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Des<strong>de</strong> sua origem, <strong>para</strong> classificar espécies vegetais, o termo foi sendo aplicado<br />
primeiro <strong>para</strong> <strong>de</strong>scendência, linhagem, ou seja, um grupo <strong>de</strong> pessoas que têm um ancestral<br />
comum, conseqüentemente características físicas comuns. Nos séculos XVI-XVII o conceito<br />
<strong>de</strong> raça passou a ser usado nas relações entre as classes sociais, ou seja, <strong>para</strong> <strong>de</strong>signar uma<br />
raça como superior à outra. O século XVIII é marcado pela divisão da raça humana em três<br />
raças: branca, negra, e amarela; tendo a cor da pele como principal critério <strong>para</strong> atribuir a<br />
uma pessoa a qual raça ela pertence. No século XIX, ao critério da cor, foram acrescentados<br />
outros critérios morfológicos, como o formato do nariz, dos lábios, do queixo e do crânio<br />
<strong>para</strong> aperfeiçoar a classificação racial. Desta forma, ao longo dos anos, características físicas<br />
foram usadas <strong>para</strong> dizer que uma raça é superior à outra, dando direito a tal raça superior <strong>de</strong><br />
subjugar e explorar a inferior. Assim, consi<strong>de</strong>rados inferiores, milhões <strong>de</strong> negros africanos<br />
foram seqüestrados e escravizados por outros povos.<br />
Munanga acrescenta ainda que, os estudiosos <strong>de</strong> genética humana, biologia molecular,<br />
entre outros, chegaram à conclusão, no século XX, que as raças não existem, ou seja, raça<br />
não é um conceito a<strong>de</strong>quado <strong>para</strong> explicar a diversida<strong>de</strong> humana e nem <strong>para</strong> dividi-las em<br />
raças puras (2003, p. 05). Mesmo assim, ainda hoje, o racismo circula entre nós. Enten<strong>de</strong>mos<br />
como racismo, a “crença na existência das raças naturalmente hierarquizadas pela relação<br />
intrínseca entre o físico e o moral, o físico e o intelecto, o físico e o cultural”, (MUNANGA,<br />
2003, p.8), ou seja, a crença na existência <strong>de</strong> uma raça fisicamente, intelectualmente,<br />
moralmente e culturalmente superior à outra.<br />
Diante do que foi exposto, po<strong>de</strong>mos inferir que os negros são a parcela da população<br />
que mais sofreram e sofrem preconceitos e discriminações. Desta forma, como já foi dito, o<br />
direito à educação, à igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> condições e acesso à educação em seus diferentes níveis,<br />
além da luta <strong>para</strong> combater o racismo, fazem parte das mais antigas reivindicações das<br />
populações negras no Brasil. Historicamente, <strong>de</strong>ntre muitas batalhas, algumas vitórias, foram<br />
alcançadas. Dentre elas, como já citamos nesta <strong>dissertação</strong>, a aprovação pelo Conselho<br />
Nacional <strong>de</strong> Educação do Parecer 03/04 que regulamenta a alteração da LDB <strong>de</strong>vido à<br />
aprovação da Lei 10.639/03, instituindo as Diretrizes Curriculares <strong>para</strong> a Educação das<br />
Relações Étnico-Raciais e <strong>para</strong> o Ensino <strong>de</strong> História e Cultura Afro-Brasileira e Africana<br />
visando,<br />
oferecer uma resposta, entre outras, na área da educação, à <strong>de</strong>manda da população<br />
afro<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, no sentido <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> ações afirmativas, isto é, <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong><br />
re<strong>para</strong>ções, e <strong>de</strong> reconhecimento e valorização <strong>de</strong> sua história, cultura, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />
Trata, ele, <strong>de</strong> política curricular, fundada em dimensões históricas, sociais,<br />
antropológicas oriundas da realida<strong>de</strong> brasileira, e busca combater o racismo e<br />
discriminações que atingem particularmente os negros. (BRASIL, 2011).