dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...
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• Você já foi discriminado, sofreu algum tipo <strong>de</strong> preconceito, por morar em uma<br />
comunida<strong>de</strong> remanescente <strong>de</strong> quilombo, ou conhece alguém que já foi?<br />
Em resposta à questão <strong>de</strong> como se dá a convivência entre os jovens remanescentes <strong>de</strong><br />
quilombo na escola, obtivemos as seguintes respostas:<br />
Normal... não tive nenhum problema. (Andrelina, 19 anos). 83<br />
A convivência é boa, porque as pessoas já enten<strong>de</strong>m tudo sobre os quilombolas e<br />
muitas vezes participam com a gente. Não existe conflito. (Renato, 20 anos). 84<br />
Normal, me relaciono bem com todos. Porque eu os respeito e eles me respeitam<br />
também. (Ney, 18 anos). 85<br />
Existe muitos remanescentes que sofrem preconceito, mas acredito que na escola<br />
<strong>de</strong>vemos está sempre atentos, com o objetivo <strong>de</strong> estudar. (Ana Paula, 16 anos). 86<br />
Entrevista).<br />
O que pu<strong>de</strong> perceber <strong>de</strong> comum nas falas dos nossos sujeitos e que corrobora com o<br />
que consegui apreen<strong>de</strong>r nos meses <strong>de</strong> observação é que o relacionamento na escola se dá <strong>de</strong><br />
maneira amigável, pacífica, sem apelidos <strong>de</strong>preciativos, no geral, sem preconceitos ou<br />
discriminações.<br />
Quando questionados se eles próprios já enfrentaram dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relacionamento<br />
no espaço escolar, seja com colegas, professores ou <strong>de</strong>mais funcionários, todos respon<strong>de</strong>ram<br />
negativamente. E ao serem questionados se já foram discriminados, ou sofreram preconceitos<br />
por morarem em uma comunida<strong>de</strong> remanescente <strong>de</strong> quilombo, ou se conhecem alguém que<br />
tenha sofrido tal agressão, no ambiente escolar ou fora <strong>de</strong>le, eles também respon<strong>de</strong>ram<br />
negativamente.<br />
Diferentemente <strong>de</strong> Pollyanna Nico<strong>de</strong>mos, que ao realizar uma pesquisa sobre<br />
constituição i<strong>de</strong>ntitária <strong>de</strong> adolescentes negros em uma escola particular <strong>de</strong> Belo Horizonte,<br />
concluindo que:<br />
A respeito do processo <strong>de</strong> socialização dos adolescentes negros com os brancos, a<br />
partir das observações sistemáticas foi possível i<strong>de</strong>ntificar uma certa “harmonia”<br />
entre estes e os colegas, especialmente nos momentos <strong>de</strong> recreação na escola.<br />
Todavia, em conversa com os estudantes negros, constatei em suas falas que, <strong>de</strong><br />
forma direta ou indireta, eles enfrentam situações com os colegas que não são nada<br />
agradáveis, ao contrário, são preconceituosas. Como no caso <strong>de</strong> apelidos e piadas<br />
relacionadas às características físicas (cor da pele e textura dos cabelos). (2011, p.<br />
150).<br />
83 Dados da entrevista. Pesquisa <strong>de</strong> campo realizada na escola em 11 nov. 2011.<br />
84 Dados da entrevista. Pesquisa <strong>de</strong> campo realizada na escola em 11 nov. 2011.<br />
85 Dados da entrevista. Pesquisa <strong>de</strong> campo realizada na escola em 11 nov. 2011.<br />
86 Dados da entrevista. Pesquisa <strong>de</strong> campo realizada na escola em 11 nov. 2011.