dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...
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Para Hall, o sujeito da pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> não possui uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> fixa, única,<br />
imutável, permanente. Segundo o jamaicano, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é fronteiriça, ou seja, está entre<br />
fronteiras. Para ele, “a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> torna-se uma “celebração móvel”: formada e transformada<br />
continuamente em relação às formas pelas quais somos representados ou interpelados nos<br />
sistemas culturais que nos ro<strong>de</strong>iam” (Hall, 2005). Assim, um grupo ou uma pessoa, po<strong>de</strong> até<br />
mudar sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da necessida<strong>de</strong>, ou seja, do contexto particular on<strong>de</strong> se<br />
encontra inserido, das pessoas ou grupos no qual se relaciona. Tosta explica que as<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s,<br />
Constituem os sistemas <strong>de</strong> representação com que as pessoas se percebem umas às<br />
outras e passam pelas articulações entre as culturas nas quais estes sujeitos se<br />
situam e constroem sua individualida<strong>de</strong>. Construções que estão relacionadas com<br />
processos <strong>de</strong> lutas, disputas, manipulação, e é a continuida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong><br />
individuação ou subjetivação do sujeito que toma consciência <strong>de</strong> si como um ser<br />
singular, à medida que conhece o outro. (2011, p. 426).<br />
Assim, as culturas dos sujeitos implicam em suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e nas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s dos<br />
grupos, diferenciando-o <strong>de</strong> outros sujeitos e <strong>de</strong> outros grupos. As i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s estão<br />
diretamente ligadas aos processos <strong>de</strong> lutas, disputas, manipulações e na relação com o outro.<br />
Ou seja, a forma com que um sujeito se i<strong>de</strong>ntifica e que i<strong>de</strong>ntifica o outro, é que ajudará a<br />
construir e estabelecer sua própria i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />
Para esta <strong>dissertação</strong> o que mais nos importou foi o <strong>de</strong>bate sobre as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />
étnicas, sem <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar, todavia, que a questão da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, seja ela qual for qual for é <strong>de</strong><br />
fundamental importância <strong>para</strong> compreen<strong>de</strong>rmos melhor os dilemas da aprendizagem e da<br />
escolarização. A ênfase na questão étnica é evi<strong>de</strong>nte: nossos sujeitos fazem parte <strong>de</strong> um grupo<br />
que se i<strong>de</strong>ntifica como remanescente <strong>de</strong> quilombo e vivem em uma comunida<strong>de</strong> quilombola.<br />
O termo étnico e ou etnicida<strong>de</strong>, foram introduzidos nas pesquisas sociais francesas<br />
recentemente, ou seja, a partir principalmente da década <strong>de</strong> 1980, <strong>de</strong>ve-se a esse atraso o fato<br />
<strong>de</strong> na França, segundo Poutignat e Streiff-Fernart, a Constituição proibir a diferenciação entre<br />
os cidadãos segundo as categorias raça, origem ou religião; as categorias legítimas <strong>de</strong><br />
classificação <strong>de</strong> acordo com a Constituição francesa seriam “estrangeiros” e “franceses”,<br />
enquanto, os anglo-saxões trabalham com a noção <strong>de</strong> “problema racial”, os franceses utilizam<br />
o termo “problema da imigração” (1998, p. 16-24).<br />
Na Inglaterra e nos Estados Unidos os termos etnia e etnicida<strong>de</strong> são utilizados <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
década <strong>de</strong> 1940, mas só se impuseram nas pesquisas em ciências sociais americanas a partir<br />
da década <strong>de</strong> 1970, on<strong>de</strong>, “irá conhecer <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então o sucesso crescente, comprovado pela