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dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...

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Analisando os memoriais e os <strong>de</strong>poimentos, po<strong>de</strong>mos concluir que todos possuem uma<br />

ocupação durante a semana, além da escola, todos trabalham. No entanto, os rapazes possuem<br />

mais opções <strong>de</strong> lazer que as moças, pois além <strong>de</strong> assistirem televisão, eles jogam bola e saem<br />

<strong>para</strong> festas em outras comunida<strong>de</strong>s, enquanto o que resta <strong>para</strong> as moças é assistir televisão,<br />

visitar vizinhos e parentes, e irem à igreja, pois segundo as meninas, as famílias não<br />

permitem que elas freqüentem outras comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sacompanhadas, ou seja, sem alguém<br />

que as possa “vigiar”.<br />

Em agosto a população <strong>de</strong> Quilombo celebra sua tradicional festa, a Festa <strong>de</strong> Bom<br />

Jesus, com novena, leilões, levantamento do mastro, marujada e celebração <strong>de</strong> missa quando<br />

o padre po<strong>de</strong> estar presente. Quando o padre não po<strong>de</strong> comparecer, como na festa <strong>de</strong> 2010,<br />

por exemplo, o povo reza o terço. Segundo dona Maria, antigamente a comunida<strong>de</strong> terminava<br />

a festa com um animado forró, mas neste ano <strong>de</strong> 2011, não houve tal dança.<br />

4.2 –Notas históricas sobre a Comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Quilombo<br />

Segundo os moradores mais antigos, como d. Maria e sr. Vicente, a Comunida<strong>de</strong><br />

Quilombo foi formada há mais <strong>de</strong> 100 anos, mas eles não sabem precisar a data. Procurei<br />

duas vezes na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Capelinha pelo sr. Zé <strong>de</strong> Tiolina, que segundo d. Maria, sabe <strong>de</strong><br />

quase toda a história da comunida<strong>de</strong>. No entanto, das duas vezes que estive em sua casa, não<br />

o encontrei. Tais tentativas expressam nosso reconhecimento pela falta <strong>de</strong> documentação ou<br />

<strong>de</strong> documentação insuficiente <strong>para</strong> conhecer a história <strong>de</strong> um lugar. E, ainda, por valorizar a<br />

fonte oral, dado que na realida<strong>de</strong> pesquisada a oralida<strong>de</strong> é uma das principais modalida<strong>de</strong>s<br />

que permitem a transmissão da memória e da história <strong>de</strong> geração em geração.<br />

Sem conseguir muitos dados com os antigos moradores da Comunida<strong>de</strong> analisei,<br />

então, a documentação da “pasta vermelha”, entregue a mim pelo presi<strong>de</strong>nte da associação,<br />

em minha primeira visita ao Quilombo e encontrei a seguinte <strong>de</strong>scrição sobre a comunida<strong>de</strong>:<br />

149<br />

Esta comunida<strong>de</strong> foi fundada a mais <strong>de</strong> 100 anos e tem este nome em<br />

virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter sido começada por escravos que se <strong>de</strong>slocaram da se<strong>de</strong>/Minas Novas,<br />

<strong>para</strong> algumas comunida<strong>de</strong>s rurais mais distantes como é o caso <strong>de</strong> nossa<br />

comunida<strong>de</strong>, formando assim no município <strong>de</strong> Minas Novas algumas comunida<strong>de</strong>s<br />

hoje remanescentes <strong>de</strong> quilombos. [...].<br />

Preservamos ligação muito forte com nossas raízes históricas, mantendo<br />

nossas tradições culturais, através <strong>de</strong> danças folclóricas, da religiosida<strong>de</strong> popular,<br />

utilizamos a medicina caseira, as comidas típicas que foi e nos é passada pelos<br />

nossos ancestrais e pessoas mais velhas da comunida<strong>de</strong>. (ASSOCIAÇÃO<br />

COMUNITÁRIA DO QUILOMBO, 2005).

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