dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...
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participação <strong>de</strong>veria ser espontânea e que, se posteriormente, durante a pesquisa, se ela<br />
<strong>de</strong>sistisse, não teria problema nenhum. Ela apenas sorriu. Reiterei o convite <strong>para</strong> a sua<br />
participação e disse que explicaria melhor <strong>de</strong>pois como seria a pesquisa. Na verda<strong>de</strong> a<br />
pesquisa já estava em pleno <strong>de</strong>senvolvimento. Mas era como se a cada primeiro encontro com<br />
um dos jovens <strong>de</strong>sta investigação, ela fosse retomada.<br />
Ao chegar à quadra procurei me sentar em uma parte <strong>de</strong> concreto, na verda<strong>de</strong> um palco<br />
improvisado <strong>para</strong> dias <strong>de</strong> festa, <strong>de</strong> forma que eu pu<strong>de</strong>sse visualizar todo o espaço. A aluna que<br />
estava <strong>de</strong> resguardo e mais outras duas se assentaram do meu lado dizendo que não iriam<br />
jogar. O professor <strong>de</strong>u os avisos antes <strong>de</strong> dividir o time. Este seria misto, composto <strong>de</strong><br />
meninas e meninos. A divisão do time foi uma surpresa <strong>para</strong> mim, pois, esperava um jogo <strong>de</strong><br />
meninos contra meninos e após, outro jogo composto apenas <strong>de</strong> meninas contra meninas. Ao<br />
estudar a participação <strong>de</strong> meninas nas aulas do primeiro ano do ensino médio, em uma escola<br />
particular <strong>de</strong> Belo Horizonte, Vanessa Souza também se <strong>de</strong>parou com uma situação parecida.<br />
Segundo ela “meninos e meninas faziam aulas juntos, significando que, nessa escola, não se<br />
estabelecia uma divisão polarizada entre os gêneros, como é comum encontrarmos em<br />
algumas escolas” (2006, p.50-51).<br />
A divisão <strong>de</strong> times, como mistos, ou seja, formados por meninas e meninos foi uma<br />
prática comum do professor <strong>de</strong> educação física durante todas as observações, mostrando-se<br />
diferente do usual, on<strong>de</strong> o menino não era mais valorizado que a menina, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do<br />
esporte, no caso o futsal. Digo uma prática diferente, pois, <strong>de</strong> acordo com minha experiência<br />
como professora, o que observei nas escolas on<strong>de</strong> trabalhei, por parte dos professores <strong>de</strong><br />
educação física, foi uma divisão <strong>de</strong> times homogêneos, ou seja, jogavam primeiro os meninos<br />
e <strong>de</strong>pois as meninas. Isto quando as meninas jogavam, pois, o mais comum eram os<br />
professores <strong>de</strong>ixarem a quadra <strong>para</strong> os meninos e o entorno da mesma <strong>para</strong> as meninas, que<br />
passavam o período <strong>de</strong> aula, jogando peteca, ou brincando <strong>de</strong> queimada. Segundo Vanessa<br />
Souza, relatando fatos <strong>de</strong> sua pesquisa,<br />
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Na Educação Física da Escola Ilha Bela, o feminino e o masculino se construíam<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> relações sociais, e não se<strong>para</strong>damente; um em relação ao outro – não em<br />
oposição. Assim, não era negada a meninos e às meninas a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estarem<br />
juntos, reconstruindo variações no gênero e não consi<strong>de</strong>rando apenas diferenças <strong>de</strong><br />
gênero. (2006, p. 51)<br />
Como na Escola Ilha Bela, da re<strong>de</strong> particular <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> Belo Horizonte, na educação física<br />
noturna da Escola <strong>de</strong> Ribeirão da Folha, as relações sociais aconteciam <strong>de</strong> forma heterogênea,<br />
com a participação <strong>de</strong> meninos e meninas. Não sendo negados a eles o convívio e a interação.