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dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...

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qualitativa dos dados. De acordo com Bogdan e Biklen, “os investigadores qualitativos<br />

interessam-se mais pelo processo do que simplesmente pelos resultados ou produtos (1994, p.<br />

49)”. Nesta empreitada, me interessando mais pelos “processos”, estabelecemos um diálogo<br />

com a antropologia, uma vez que o trabalho abordará necessariamente a cultura dos sujeitos<br />

estudados. Deste modo, o trabalho <strong>de</strong> campo foi fundamental. Enten<strong>de</strong>mos que o trabalho <strong>de</strong><br />

campo,<br />

Trata-se basicamente <strong>de</strong> um modo <strong>de</strong> buscar novos dados sem nenhuma<br />

intermediação <strong>de</strong> outras consciências, sejam elas as dos cronistas, dos viajantes, dos<br />

historiadores ou dos missionários que andaram antes pela mesma área ou região.<br />

(DAMATTA, 1987, p. 146).<br />

Entre a minha primeira visita ao campo, julho <strong>de</strong> 2010 e a última, <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2011,<br />

se passaram 17 meses, sendo que, <strong>de</strong>stes 17 meses, 05 <strong>de</strong>les eu morei no distrito <strong>de</strong> Ribeirão<br />

da Folha, on<strong>de</strong> fica localizada a Escola on<strong>de</strong> realizou-se parte das observações e da coleta <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>poimentos, o que permitiu, ainda, visitar diversas comunida<strong>de</strong>s rurais da região,<br />

especialmente a comunida<strong>de</strong> Quilombo, on<strong>de</strong> estive por diversas vezes. Mas, o trabalho <strong>de</strong><br />

campo é muito mais que um simples <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> espaço, mais que uma mudança <strong>de</strong> um<br />

lugar <strong>para</strong> outro, ele<br />

implica num exercício que nos faz mudar o ponto <strong>de</strong> vista e, com isso, alcançar<br />

uma nova visão do homem e da socieda<strong>de</strong> no movimento que nos leva <strong>para</strong> fora do<br />

nosso próprio mundo, mas que acaba por nos trazer mais <strong>para</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le.<br />

(DAMATTA, 1987, p. 153).<br />

Confesso que durante todos os meses <strong>de</strong> pesquisa, não foi nada fácil observar com os<br />

olhos do nativo, não fazer julgamentos prévios e estranhar sempre o que me era familiar, <strong>de</strong><br />

forma que, saindo do meu mundo, da minha cida<strong>de</strong>, dos meus amigos e do meu cotidiano,<br />

muitas vezes sentindo-me sozinha e perdida, <strong>para</strong> perceber-me com novas visões sobre o<br />

homem, sobre a socieda<strong>de</strong>, sobre a educação e a escola, os meninos da pesquisa e outros<br />

tantos colegas, enfim, uma nova visão sobre mim mesma.<br />

Durante o trabalho <strong>de</strong> campo meu fiel companheiro foi o “diário <strong>de</strong> campo”, on<strong>de</strong> eu<br />

registrava as observações, fatos, conversas e sentimentos e que me serviu como fonte direta e<br />

imprescindível <strong>para</strong> a escrita <strong>de</strong>sta <strong>dissertação</strong>. As observações ocorreram em diferentes<br />

espaços e situações, tais como: nos horários vagos, nas aulas <strong>de</strong> educação física, nos horários<br />

<strong>de</strong> recreio, nas entradas e saídas da aula, nos eventos realizados pela escola, nas festas <strong>para</strong><br />

arrecadar dinheiro <strong>para</strong> a “formatura” do 3º ano. Fiz observações na comunida<strong>de</strong> Quilombo,<br />

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