dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...

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b) Você e o acesso às tecnologias:
Olá. Eu sou Ana Paula, tenho 16 anos, sexo feminino, cor parda. Nasci em
Capelinha. Infelizmente não tenho trabalho fixo. Nunca viajei para lugares
distantes. Sou católica. Tenho cabelos curtos e caracolados. Tenho 1,65 de altura.
Tenho olhos pretos; sou magra, cabelos pretos. (Ana Paula, 16 anos). 87
Eu sou José Renato, [...] sou negro, tenho 20 anos. Nasci em domicílio na
comunidade Quilombo, onde atualmente moro. Estou trabalhando com madeiras de
eucalipto, por não ter outro serviço até concluir o ensino médio. Já viajei para
trabalhar fora, na cidade de Pará de Minas, trabalhava em uma fábrica de tecidos.
Sou religioso. (Renato, 20 anos). 88
Sou José Claudinei, sou do sexo masculino, na qual tenho a cor parda, tenho 18
anos. [...]Tenho orgulho de falar de mim, de meus familiares e inclusive do lugar
onde nasci, que tem o nome de Quilombo, que fica na zona rural a 75 quilometros
de Minas Novas, que foi o lugar onde morei durante os meus 18 anos de vida.
Trabalho em muitos serviços, faço um pouquinho de cada serviço: trabalho em
fazendas, nas roças com meus familiares (pais, tios, avôs etc.). [...] tive passagem
somente em duas grandes cidades, Rio de Janeiro e Bom Jesus da Lapa-BA, quando
viajei para o Rio de Janeiro tinha em média 1 ano e alguns meses, já para a Lapa-
BA eu tinha 7 anos, tenho poucas lembranças, e quase nada de fotografias. Sou
católico. (Ney, 18 anos). 89
Meu nome é Andrelina, eu me considero da cor clara, tenho 19 anos. Nasci na
cidade de Capelinha. Sempre morei aqui mesmo, eu trabalho ajudando meus pais
em casa. Nunca fiz viagem para outros lugares, só para Capelinha e Minas Novas.
(Andrelina, 19 anos). 90
Estando no século XXI, século dos mais variados tipos de tecnologia, é difícil
imaginar pessoas, que não conheçam um computador. No entanto, tais pessoas existem e
podem ser encontradas nas comunidades rurais do município de Minas Novas, como por
exemplo, no Quilombo, em Ribeirão da Folha, entre outras. As que conhecem tal tecnologia,
muitas vezes não podem possuí-la, como é o caso dos sujeitos desta pesquisa.
Uma das reclamações dos meninos ao longo de todo o trabalho de campo é o fato da
escola não possuir laboratório de informática. Desta forma, demonstraram ansiedade para o
término da obra de sua associação comunitária – a ASPOQUI – que recebeu uma doação de
seis computadores do Banco do Brasil para a instalação de um tele-centro comunitário.
Assim, os meninos não possuem, também, acesso a internet, no entanto, segundo eles, o
acesso à rede acontece quando vão às cidades. Dois deles declararam que acessam sites de
relacionamento como o Orkut, um disse que não tem nenhum acesso à internet e o outro não
se manifestou sobre tal assunto em seu memorial.
87 Dados do memorial. Maio, 2011.
88 Dados do memorial. Maio, 2011.
89 Dados do memorial. Maio, 2011.
90 Dados do memorial. Maio, 2011.