dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...

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historiador local, “a vila tinha, então, uma área de 140.692 Km² correspondente a quarta parte
de Minas Gerais.” (2002a, p. 26).
Essa incorporação às Minas perdurou até 1742, quando aconteceu a criação da
Comarca de Jacobina na província baiana. A partir desta data as Minas Novas foram
incorporadas a esta comarca, voltando assim a pertencer à Bahia. O povo da região se sentiu
oprimido com essa decisão, devido como já dissemos, à distância e às dificuldades para
chegar às cidades baianas. Assim, essas dificuldades foram levadas à metrópole, que,
preocupada também com os desvios e contrabandos de ouro e pedras preciosas determinou
por decreto de 13 de maio de 1757, que o território fosse anexado às Minas:
“Dom José por graça de Deus Rei de Portugal e dos Algarves d`Aquém e
d`Além Mar, em África Senhor da Guiné, etc., Faço saber a vós, Governador e
Capitão-General do Rio de Janeiro a cujo cargo está o Governo de Minas Gerais,
que sendo-me presente que os descaminhos que há de muitos diamantes, que
parecem fora do contrato, procedam da pouca observância que na Comarca das
Minas Novas do Fanado têm as ordens do Intendente-Geral dos Diamantes, que por
pertencer ao Governo da Bahia e distante dela mais de duzentas léguas, quando fica
vizinha e em distância só de quarenta léguas da Comarca de Serro Frio onde reside
o dito Intendente, que poderá com maior facilidade dar providências necessárias
para se evitar uma tão prejudicial extração, unindo-se duas comarcas que se
compreendem na demarcação que mandei fazer das terras proibidas para nelas
minerarem os Povos; e tendo a isto respeito, e a outros justos motivos, houve por
bem por Decreto de onze do corrente mês e ano, separar do Governo da Bahia as
referidas Minas Novas do Fanado e que fiquem unidas com as tropas que nelas se
achem, da Comarca do Serro Frio, e Governo das Minas Gerais, a que antes
pertenciam; e fui servido ampliar a jurisdição do sobredito Intendente-Geral dos
Diamantes, para que nelas igualmente exercite; não obstante as ordens que têm
havido em contrário, de que vos aviso para que assim o tenhais entendido e
mandeis registrar esta minha real ordem nos livros da Secretaria desse Governo”.
(CESÁR JUNIOR; SANTOS. 1978, p. 34).
A partir desse decreto, Minas Novas, passou definitivamente a pertencer à Minas Gerais, no
entanto, a jurisdição eclesiástica ficou por conta do Arcebispado da Bahia até 1853. Desta
data até 1914, pertenceu a Diocese de Diamantina e, a partir daí, com a criação do Bispado de
Araçuaí, deixou de pertencer à Diamantina e passou a pertencer à cidade de Araçuaí.
O território de Minas Novas foi alvo então de disputas entre a Capitania de Minas e a
Capitania da Bahia. Segundo Matos (1979, p. 166) “este terreno foi tão rico, que só em um
ano foram, para a Bahia, despachadas 215 arrobas, 56 marcos e 4 oitavas de ouro”. A riqueza
mineral de Minas Novas explica as disputas pelo domínio de seu território.
A principal mão-de-obra utilizada na extração dessa riqueza era a escravizada.
Milhares de pessoas negras foram trazidas para a região das Minas Novas. Os moradores mais
antigos de Minas Novas acreditam que, os primeiros negros chegaram à região na Bandeira