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dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...

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MORTE” – “Aqui outrora os criminosos <strong>de</strong> morte eram con<strong>de</strong>nados à forca”. (CÉSAR<br />

JUNIOR; SANTOS. 1978, p. 62-63. FREIRE, 2002a, p. 87-99.).<br />

Essa passagem <strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes por Minas Novas, bem como a acusação contra o negro<br />

Manoel Pedro são importantes, na medida em que, através <strong>de</strong>las po<strong>de</strong>mos perceber o<br />

tratamento dispensado aos negros do lugar. Os maus tratos sofridos, além <strong>de</strong> uma vida <strong>de</strong><br />

cativeiro que, por si só, já era um mau trato, explica as fugas dos negros e a formação dos<br />

quilombos na região.<br />

2.5 – Os quilombos em Minas Novas<br />

Em conversas com moradores do município <strong>para</strong> trabalhos anteriores, já citados na<br />

<strong>dissertação</strong>, como por exemplo, Álvaro Pinheiro Freire, Maria Evaristinho e Murilo Badaró<br />

(que já é falecido) e também outras conversas durante o período <strong>de</strong> duração <strong>de</strong>sta pesquisa,<br />

como por exemplo, com Itamar, membro da ASPOQUI, <strong>de</strong>ntre outros, sobre a presença do<br />

negro e dos quilombos na região, eles disseram acreditar que os primeiros redutos <strong>de</strong><br />

quilombolas tenham surgido em fins do século XVIII, auge da mineração no lugar. Os maus<br />

tratos sofridos pelos escravos já <strong>de</strong>scritos anteriormente po<strong>de</strong>m, em parte, explicar as fugas.<br />

Segundo Saint-Hilaire, citado por Demósthenes César Junior e Wal<strong>de</strong>mar César<br />

Santos, “um dos maiores redutos dos quilombos, localizava-se na “Fazenda Ban<strong>de</strong>ira-<br />

Gran<strong>de</strong>”, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> mais tar<strong>de</strong> os refugiados se transferiam <strong>para</strong> a povoação <strong>de</strong> Santa Cruz da<br />

Chapada ali permanecendo até o advento da Lei Áurea” (1978, p. 26). Essa povoação é hoje a<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Chapada do Norte, que pertencia às Minas Novas antes <strong>de</strong> sua emancipação. Muitos<br />

outros pequenos quilombos foram surgindo na região <strong>de</strong> Minas Novas e Araçuaí, mostrando<br />

às autorida<strong>de</strong>s que on<strong>de</strong> há escravização há também uma luta contrária a ela.<br />

As comunida<strong>de</strong>s remanescentes <strong>de</strong> quilombos oficialmente reconhecidas no município<br />

<strong>de</strong> Minas Novas, ou seja, que tiveram seu reconhecimento pela Fundação Cultural Palmares e<br />

publicação no Diário Oficial da União até o momento são quatro: Quilombo, reconhecimento<br />

em 06/12/2005; Macuco, em 20/01/2006; Capoeirinha, em 04/08/2008 e Curralinho, em<br />

27/04/2010. (DIARIO OFICIAL DA UNIÃO, 2010). No entanto, outras comunida<strong>de</strong>s rurais<br />

se reconhecem como remanescentes <strong>de</strong> quilombo, e, inclusive, já reivindicaram este<br />

reconhecimento por parte da Fundação Cultural Palmares, e do Governo Fe<strong>de</strong>ral.

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