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dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...

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8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

E me cerro, aqui, mire e veja (ROSA, 2001, p. 623).<br />

Este trabalho envolveu um movimento <strong>de</strong> dupla e articulada imersão: a primeira no<br />

<strong>de</strong>bate teórico sobre a constituição i<strong>de</strong>ntitária <strong>de</strong> jovens do ensino médio, moradores <strong>de</strong> uma<br />

comunida<strong>de</strong> reconhecida como remanescente <strong>de</strong> quilombo; numa segunda, em um <strong>de</strong>morado<br />

mergulho no campo- em realida<strong>de</strong>s locais e na escola-, observando quatro jovens alunos que<br />

se tornaram sujeitos <strong>de</strong>sta pesquisa. Neste duplo movimento questões relacionadas ao que é<br />

uma comunida<strong>de</strong> remanescente <strong>de</strong> quilombo, bem como questões referentes às legislações<br />

que cercam os direitos dos negros e <strong>de</strong>ssas comunida<strong>de</strong>s foram tratadas.<br />

Também foram consi<strong>de</strong>rados neste movimento a discussão das culturas dos lugares<br />

pesquisados, inclusive a história do município <strong>de</strong> Minas Novas. Inserida nesta discussão<br />

encontra-se a escola on<strong>de</strong> nossos sujeitos estudam e on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>u parte das observações.<br />

Observações sempre norteadas pelo olhar que necessariamente necessitava ser reconstruído<br />

frente a uma realida<strong>de</strong> já familiar <strong>para</strong> mim. Fato que exigiu uma atenção redobrada às<br />

relações existentes entre a escola e as culturas locais numa possível constituição i<strong>de</strong>ntitária<br />

étnico-racial e quilombola dos alunos.<br />

O trabalho <strong>de</strong> campo, entre a primeira visita e última, perdurou por aproximadamente<br />

17 meses, sendo que, <strong>de</strong>stes 17 meses, 05 <strong>de</strong>les eu morei no distrito <strong>de</strong> Ribeirão da Folha.<br />

Neste tempo e espaço <strong>de</strong> observação direta tivemos que apren<strong>de</strong>r e colocar em prática a difícil<br />

tarefa <strong>de</strong> sempre transformar o exótico em familiar e transformar o familiar em exótico, como<br />

exige-se do pesquisador no campo. Neste movimento, como nos ensinam Rocha e Tosta,<br />

apren<strong>de</strong>r é sempre mais difícil do que ensinar, pois é preciso disposição <strong>para</strong><br />

reavaliar conceitos, mo<strong>de</strong>los e teorias. É preciso se consentir querer se ‘reeducar’.<br />

[...] Assim, tanto do ponto <strong>de</strong> vista teórico quanto do metodológico, o antropólogo<br />

se vê na obrigação <strong>de</strong> repensar, reavaliar, reinterpretar seus próprios mo<strong>de</strong>los,<br />

teorias e métodos, além <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r com a diferença do ‘outro’ (2009, p. 18).<br />

Foi assim, me valendo <strong>de</strong> teorias e procedimentos metodológicos nascidos na antropologia,<br />

associados aos conhecimentos da educação e da história, principalmente, que me esforcei por<br />

enten<strong>de</strong>r esse “outro” – meus jovens alunos – e os processos no qual estavam envolvidos e<br />

que po<strong>de</strong>riam informar sobre a constituição <strong>de</strong> suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s étnico-raciais quilombolas,<br />

fosse no ambiente escolar, na comunida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> moram, no distrito on<strong>de</strong> freqüentam, enfim,<br />

em suas relações com os “outros” com quem eles interagem cotidianamente.

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