dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...
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coletiva. A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> étnica envolve então, a noção <strong>de</strong> grupo, <strong>de</strong> coletivida<strong>de</strong>. Segundo<br />
Oliveira, po<strong>de</strong>remos compreen<strong>de</strong>r melhor a noção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> étnica através da “i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
contrastiva”, que:<br />
[...] parece se constituir na essência da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> étnica [...]. Implica a afirmação<br />
do nós diante dos outros. Quando uma pessoa ou grupo se afirmam com tais, o<br />
fazem como meio <strong>de</strong> diferenciação em relação a alguma pessoa ou grupo com que<br />
se <strong>de</strong>frontam. É uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> que surge por oposição. Ela não se afirma<br />
isoladamente. No caso da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> étnica ela se afirma “negando” a outra<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, “etnocentricamente” por ela visualizada. (OLIVEIRA. 1976, p. 5-6).<br />
Enten<strong>de</strong>mos, <strong>de</strong>ssa forma, que a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> não é construída no isolamento do grupo<br />
ou do sujeito, mas é na interação <strong>de</strong>stes com outros grupos ou sujeitos que as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s são<br />
forjadas, são estabelecidas ou construídas. Assim, é que Oliveira nos explica que, o fato <strong>de</strong> as<br />
crianças sofrerem alguma forma <strong>de</strong> discriminação e preconceito, faz com que elas, como<br />
afirma outro autor por ele citado, Erikson (1968) tenham uma “i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> negativa” <strong>de</strong> si e do<br />
grupo (1976, p. 18).<br />
O contato com outro grupo po<strong>de</strong> produzir no indivíduo outros valores, diferentes dos<br />
seus. Oliveira diz que,<br />
essa “cultura do contato” po<strong>de</strong> ser mais do que um sistema <strong>de</strong> valores, sendo o<br />
conjunto <strong>de</strong> representações (em que se incluem também os valores) que um grupo<br />
étnico faz da situação <strong>de</strong> contato em que está inserido e nos termos da qual<br />
classifica (i<strong>de</strong>ntifica) a si próprio e aos outros (OLIVEIRA. 1976, p. 23).<br />
A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> étnica é construída e preservada em oposição a outras i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, a<br />
outros valores e a outras culturas. De acordo com Berger & Luckmann, (1971), também<br />
citados por Oliveira: “i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é um fenômeno que emerge da dialética entre indivíduo e<br />
socieda<strong>de</strong>”, assim, “uma vez cristalizada é mantida, modificada ou, mesmo, remo<strong>de</strong>lada pelas<br />
relações sociais.” (1976, p. 43-44). O meio social que o individuo freqüenta influencia<br />
<strong>de</strong>cisivamente na formação e preservação <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />
Devido a importância dos conceitos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> étnica e etnicida<strong>de</strong>, <strong>para</strong><br />
enten<strong>de</strong>rmos nosso objeto, os retomaremos posteriormente nesta <strong>dissertação</strong>.<br />
1.3 – Os Caminhos Metodológicos<br />
Para atingir os objetivos e respon<strong>de</strong>r aos problemas propostos, optamos pela<br />
observação participante como principal procedimento metodológico, priorizando a análise