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212 Nos dois eventos, por volta das 01h30mim os motoristas dos escolares ligaram os motores dos ônibus e buzinaram na Praça da Gruta, pois aquele era o horário combinado previamente para retornarem às comunidades de origem. Os alunos das comunidades por onde os veículos passariam começaram, então, a se dirigirem até a praça, e tomarem seus lugares, entre eles Renato e Ney.
6 - LUTAS E CONQUISTAS DOS NEGROS NO BRASIL 213 Sertão: O senhor sabe: sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus mesmo, quando vier, que venha armado! E bala é um pedacinhozinho de metal... (ROSA, 2001, p. 35) A educação sempre esteve presente no conjunto das preocupações dos movimentos sociais negros devido ao fato de ser através dela que inúmeros estereótipos que marcam a presença dos negros na história do Brasil podem ser superados. Um destes estereótipos é a aparente ausência de resistência dos negros diante da escravização ou, por exemplo, associar, de maneira racista, o trabalho de negro com tarefa mal feita, ou ainda associar o próprio negro com o estereótipo de preguiçoso e vagabundo, ou seja, uma “raça” que não gosta de trabalhar, embora o tenha feito por quase 400 anos (SANTOS, 2004, p. 02). Fato é que a educação pode, muitas vezes, contribuir para o aumento destes estereótipos e preconceitos através de discursos pedagógicos, de conteúdos curriculares, e de livros didáticos e outros artefatos da cultura escolar. Por isto um dos focos das reivindicações dos movimentos sociais negros recaírem sobre a educação. Uma educação que reconheça e respeite a luta da população negra pelo direito a uma escola que, também, reconheça a cultura negra não apenas através de discursos retóricos, mas pela edição de leis e políticas públicas. Para Luiz Alberto Gonçalves, O processo de alienação da criança brasileira se faz, sobretudo através da escola, onde se dá o reforço de um conjunto de idéias elitistas que discorre os valores culturais e nega a participação dos oprimidos no processo histórico brasileiro. [...] No final desse processo se ela não reage, acaba por se envergonhar das suas origens e da sua condição de negra [...] A educação deve ser um instrumento de libertação e não de alienação do povo (1985, p. 207). Nilma Lino Gomes acrescenta que, A escola, enquanto instituição social responsável pela organização, transmissão e socialização do conhecimento e da cultura, revela-se como um dos espaços em que as representações negativas sobre o negro são difundidas. E por isso mesmo ela também é um importante local onde estas podem ser superadas. [...] Por tudo isso, reitero que tratar, trabalhar, lidar, problematizar e discutir sobre educação e cultura negra no Brasil é assumir uma postura política. De forma alguma as relações culturais e sociais entre negros e brancos em nosso país podem ser pensadas como harmoniosas, democráticas e diluídas nas questões socioeconômicas. (2003, p. 77) Não à toa, na constituinte de 1988, além da luta para o reconhecimento dos direitos das comunidades remanescentes de quilombos, esteve presente através da luta dos
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA
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GOMES, Nilma Lino. Diversidade étn
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PENIN, Sônia Teresinha de Sousa. P
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TOSTA, Sandra Pereira. CALDEIRA, An
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ANEXO B - PORTARIA Nº 44, DE 30 DE
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